Agência Panafricana de Notícias

CEDEAO pede anulação da nomeação de CEMGFA na Guiné-Bissau

Praia- Cabo Verde (PANA) -- A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental instou o Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, a reconsiderar a sua decisão de nomear o general António Indjai para chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA).
De acordo com o comunicado final da 38ª cimeira de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada sexta-feira, na ilha cabo-verdiana do Sal, esta organização regional considerou tal nomeação uma caução aos atos de impunidade e indisciplina no seio da hierarquia das Forças Armadas.
Manifestou, por isso, a sua indignação pela nomeação de António Indjai, até então vice-chefe do Estado-Maior-General, e exortou o chefe de Estado bissau- guineense a reconsiderar a sua escolha.
"A Conferência ficou muito indignada com a nomeação do general de divisão António Indjai, (.
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) único responsável pelos acontecimentos de 01 de Abril, na qualidade de CEMGFA da Guiné-Bissau", lê-se no documento divulgado sábado.
Os chefes de Estado da CEDEAO consideram que a decisão das autoridades da Guiné-Bissau de nomear Indjai CEMGFA "não ajuda a criar condições favoráveis para mobilizar a comunidade internacional com vista à implementação do indispensável programa de reforma do setor da Segurança".
Embora tenha reafirmando a solidariedade para com Bacai Sanhá, a cimeira da CEDEAO convidou o estadista guineense a "considerar a nomeação" de um CEMGFA "não implicado" na sublevação de 1 de Abril passado, que levou à detenção de Zamora Induta, chefe das Forças Armadas, que continua preso sem julgamento.
Os chefes de Estado e de Governo oeste-africanos exortaram também Bacai Sanhá a criar as condições que permitam à CEDEAO retomar os esforços de mobilização de todos os parceiros bilaterais e multilaterais destinados a acompanhar o seu país no arranque "efetivo" daquela reforma.
Neste sentido, a CEDEAO solicitou à sua Comissão a implementação, em concertação com os órgãos técnicos competentes, de um mecanismo de segurança das instituições republicanas da Guiné-Bissau.
O líderes da CEDEAO voltaram a insistir na necessidade de alargar o dispositivo de segurança dos testemunhos identificados pela Comissão Nacional de Inquérito sobre os assassinatos de Março de 2009 que vitimaram o Presidente João Bernardo Vieira e o CEMGFA Tagmé Na Waié.