Agência Panafricana de Notícias

CDC África sublinha lacunas na resposta à pandemia

Nairóbi, Quénia (PANA) - O Centro de Controlo de Doenças em África (CDC África) destacou lacunas significativas na resposta à pandemia do novo coronavírus (covid-19), nomeadamente a insuficiência de saúde pública inadequada e o abastecimento internacional de kits de testagem e outros diagnósticos.

John Nkengasong, diretor do CDC África sediado, em Addis Abeba, declarou quinta-feira que apenas 16 dos 54 Estados-membros da União Africana (UA) têm institutos de saúde pública em funcionamento, enquanto a falta de equipa médica adequada corretamente treinada e equipada é particularmente aguda e retardou a resposta.

Declarou  que  África se mobilizou notavelmente quando a pandemia eclodiu.

O CDC  África informou reiteradas vezes a Mesa dos chefes de Estado e de Governo da UA, presidida pelo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, sublinhou Nkengasong durante um webinar, a partir de Kinshasa, República Democrática do Congo, onde se encontra atualmente para discutir sobre a resposta à pandemia.

Nkengasong observou que a dependência excessiva de fornecimentos de equipamentos essenciais necessários do exterior para responder a pandemias, incluindo kits de diagnóstico, continua a ser uma grande fraqueza para os níveis de preparação na maioria dos países de África.

 “Tínhamos dinheiro para comprar os diagnósticos, mas não podíamos conseguir obter estes materiais porque tínhamos que fazer face a uma grande procura. Todos os países precisavam. É uma área que precisamos de ter. Ainda não estamos bem preparados para fazer face às pandemias. Ainda precisamos  de aumentar a vigilância da doença e prepararmo-nos para os testes de rede",considera o chefe do CDC  África.

A Mesa dos chefes de Estado compreende o presidente atual da UA, o presidente cessante, o presidente entrante e outros altos funcionários responsáveis ​​pela liderança da organização continental.

Nkengasong afirmou que as reuniões conduziram a decisões importantes com consequências políticas e econóicas, como o confinamento das principais cidades de África, o que mostra uma forte aceitação de riscos políticos e económicos.

“Reconhecemos que estas medidas ajudaram a retardar a propagação do vírus mortal, sem as quais o vírus teria atingido outro nível ", acrescentou Nkengasong.

Os países africanos registaram 2,1 milhões de casos da covid-19, com cerca de 92.000 novos casos notificados, na semana passada, de acordo com o CDC da África.

Pelo menos 22 milhões de testes foram realizados, em África, e 2,7 milhões de kits de teste de antígeno adicionais foram disponibilizados para  África para aliviar o fardo dos testes.

-0- PANA AO/AR/AKA/IS/MAR/IZ 03dez2020