Agência Panafricana de Notícias

Britânicos avisaram Nigéria dos riscos de atentados

Lagos- Nigéria (PANA) -- Os serviços secretos britânicos avisaram as autoridades nigerianas dos atentados que enlutaram sexta-feira, na capital federal, Abuja, as celebrações do 50º aniversário da ascensão deste país à independência, indicou sábado a imprensa local.
O diário "Thisday" revelou que os serviços secretos britânicos informaram o Governo nigeriano da preparação destes atentados, mas que as forças de segurança nigerianas não conseguiram impedir a consumação desta conspiração.
De acordo com este jornal, o facto de o representante da Rainha Elizabeth II não ter assistido à cerimónia e o adiamento da visita do ex-primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, à Nigéria eram sinais anunciadores.
Por seu turno, o jornal privado "Leadership" refere que o relatório recebido pela presidência nigeriana antes dos atentados designava Henry Okah, líder do Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (MEND), como responsável pelos atentados.
"A Presidência recebeu um relatório via serviços secretos britânicos, na semana passada, segundo o qual forças políticas do país entregaram 100 milhões de dólares americanos a Henry Okah para fazer com que as celebrações do 50º aniversário não tivessem lugar", escreve este jornal.
O Leadership diz acreditar que as autoridades nigerianas não apreciaram que o Governo sul-africano, após ter ordenado uma busca ao domicílio de Henry Okah, em Joanesburgo, tivesse libertado este último pouco após a sua detenção.
"Este ato das autoridades sul-africanas é muito chocante.
O Governo Federal está determinado a rever as suas relações diplomáticas com a África do Sul", disse um próximo da Presidência citado pelo jornal.
O MEND reivindicou a responsabilidade pelos atentados, indicando que tinham como objetivo sublinhar que a Nigéria "nada tinha a celebrar após 50 anos de independência".
"Não há nada que mereça celebração após 50 anos de fracasso.
Durante 50 anos, o povo do Delta do Níger assistiu ao despojar das suas terras e dos seus recursos.
A Constituição anterior à independência que previa um controlo dos recursos pelas populações foi mutilada pelos Governos militares ilegais e esta injustiça ainda não foi reparada", disse o grupo num comunicado antes das explosões.
A imprensa nigeriana está, no entanto, divergente sobre o balanço das vítimas das explosões ocorridas perto do largo Eagle Square, onde decorriam as celebrações da independência, na presença do Presidente Goodluck Jonathan e de 14 chefes de Estado estrangeiros, entre outros dignitários.
O balanço das vítimas mortais oscila entre 07 e 16 de um jornal para outro.