Agência Panafricana de Notícias

Boko Haram ameaça retaliação contra vídeo anti-Islão e ofensiva militar da Nigéria

Lagos, Nigéria (PANA) - A seita extremista islâmica Boko Haram advertiu contra as consequências do vídeo anti-Islão que difama o profeta Maomé (PSL) e ameaçou atacar personalidades nigerianas (emires, governadores de Estado e outros), após os recentes êxitos das forças de segurança na luta contra membros da seita.

O líder da seita, Abubakar Shekarau, lançou esta ameaça num vídeo instalado recentemente na rede Youtube, e cujos pormenores foram divulgados na edição desta terça-feira do jornal local "Premium Times".

"Tenho coisas a dizer-vos (os autores do vídeo). Tudo isso não tem nenhum impacto no Profeta. Contudo, esperem ver as consequências que recairão sobre vocês", frisou Shekarau em haoussa, uma língua muito falada no norte da Nigéria de maioria muçulmana.

Irritados pelo filme, muçulmanos de todas as partes do país organizaram manifestações de protesto em várias regiões do norte do país.

Abubakar Shekarau advertiu igualmente que a sua seita passaria a tomar por alvo os emires e os governadores dos Estados, manifestamente devido à recente ofensiva militar que viu vários altos responsáveis da seita mortos ou capturados.

Recusando qualquer diálogo com o Governo, ele reconheceu a intensificação da campanha militar contra a seita, notando que "tudo o que posso confirmar é que eles nos matam mais que eles dialogam connosco".

Contudo, ele desmentiu a morte do porta-voz da seita, Abul Qaga, e a decapitação da direção da Boko Haram.

"As informações que indicam a detenção ou a decapitação da direção do grupo são falsas. É talvez a direção do grupo fantasma que eles criaram, que eles mataram", indicou Shekarau.

Ele afirmou igualmente que os agentes da segurança do Estado detiveram membros femininos da seita que eles torturam, antes de prometer atos de represálias com ataques às mulheres ligadas à segurança e agentes do Estado.

"Quando fazia este vídeo sábado, entre sete e 10 mulheres estavam detidas. Não sabemos onde elas estão nem por que elas o foram. Mas, enquanto muçulmanos, sabemos o que os infiéis fazem às mulheres. Agora nós sabemos que as mulheres casadas são vítimas do terror de Estado", denunciou.

A Boko Haram é acusada de ter morto mais de mil e 400 pessoas em ataques à bomba e com arma de fogo desde 2009, após a morte do seu líder Mohammed Yusuf morto pelas forças de segurança.

A seita deseja a criação de um Estado islâmico no norte da Nigéria.

-0- PANA SEG/NFB/JSG/MAR/IZ 02out2012