Agência Panafricana de Notícias

Bélgica preocupada com violência política na RD Congo

Buxelas, Bélgica (PANA) – O ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders, exprimiu, terça-feira, a sua “viva preocupação" pelos atos de violência ocorridos na véspera, em Kinshasa, opondo milhares de manifestantes às forças da ordem fazendo 17 mortos entre os primeiros e três entre estas últimas, segundo um balanço oficial provisório.

Num comunicado transmitido à imprensa, o chefe da diplomacia belga disse querer testemunhar a sua solidariedade para com os feridos e os próximos das vítimas, lembrando que "o direito de se manifestar é o corolário de qualquer processo político".

Neste documento, Didier Reynders apela à população congolesa e aos líderes da oposição para a moderação e para se abster de qualquer forma de violência, recordando que pode haver lugar à responsabilidade individual dos atores.

Por outro lado, lembrou igualmente que Constituição congolesa impõe que todos os atores políticos devam trabalhar de forma pacífica, para a organização das eleições em prazos razoáveis e « encontrar um consenso relativo às modalidades técnicas que o permitam ».

Em Bruxelas, centenas de Congoleses manifestaram-se, segunda-feira, diante da Embaixada da RD Congo, apelando ao Presidente congolês, Joseph Kabila, para respeitar a Constituição e retirar-se do poder, a 19 de dezembro próximo, termo previsto do seu segundo e último mandato constitucional à frente do país.

A manifestação realizou-se sob a vigilância da Polícia, que tentou evitar qualquer degeneração, sobretudo que o Parlamento Europeu está situado a apenas algumas dezenas de metros da representação diplomática congolesa na Bélgica.

Em Matonge, o bairro africano de Bruxelas, onde os bares, cafés e outros estabelecimentos comerciais continuam cheios, nomeadamente, devido ao Verão que se prolonga na Bélgica, todas as conversas giravam em torno da violência em curso em Kinshasa.

A questão foi também largamente retomada pela imprensa belga, com alguns jornalistas a interrogar-se por que Joseph Kabila não organizou, como fez Denis Sassou N’Guesso, no vizinho Congo, um referendo para mudar a Constituição.

-0- PANA AK/IS/FK/IZ 20set2016