Agência Panafricana de Notícias

Banco de Cabo Verde aponta crescimento de 1 a 2 porcento para 2014

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Banco de Cabo Verde (BCV) prevê um crescimento económico do país entre um e dois porcento em 2014, previsão um pouco mais otimista do que a feita recentemente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de um porcento, apurou PANA quarta-feira na cidade da Praia, de fonte da instituição.

De acordo com esta previsão do BCV, que consta dum seu relatório sobre a Política Monetária, em 2015, a economia do arquipélago cabo-verdiano crescerá na ordem dos três porcento, o que se aproxima das estimativas do Governo que, na proposta do Orçamento do Estado para 2015, aprovada recentemente pelo Parlamento, aponta par um aumento do PIB entre 3 a 4 porcento.

O documento começou por assinalar que a procura interna em Cabo Verde aumentou, nos últimos seis meses, porque está a ser suportada por investimentos empresariais públicos e privados externos, que compensaram os gastos do Governo e as fragilidades do setor privado nacional.

O relatório refere, igualmente, que a melhoria do enquadramento externo da economia favoreceu a procurar de bens transacionáveis produzidos internamente, remessas dos emigrantes e a recuperação do Investimento Direto Estrangeiro (IDE).

No entanto, o documento do BCV assinala que a procura externa líquida evoluiu em sentido contrário para sustentar a maior procura interna e, como reflexo, um comportamento menos favorável à busca de serviços de turismo,

O Banco Central aponta ainda que a evolução dos indicadores de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística (INE) sugerem que a atividade económica no arquipélago continue condicionada às dificuldades financeiras e ao excesso de burocracia existente no país.

O relatório indica que as pressões inflacionistas, numa conjuntura de redução da inflação importada e num contexto de crescimento da economia abaixo do potencial, estiveram contidas ao longo do ano, efetivando a partir de setembro um cenário de deflação, refletindo a evolução da procura interna.

O desequilíbrio externo estrutural da economia cabo-verdiana agravou-se nos primeiros nove meses do ano, lê-se na nota.

O BCV aponta ainda o fato de as reservas externas do país terem-se mantido num nível adequado à sustentabilidade do regime cambial em vigor e à estabilidade macroeconómica e financeira do país.

“Esta situação, aliada à baixa da inflação, permitiu ao Banco de Cabo Verde reforçar as medidas de estímulo à economia, não só através da redução das suas taxas de juro, mas também através da adopção de medidas de gestão de liquidez visando o fortalecimento do mecanismo de transmissão da política monetária”, precisa o documento.

O BCV prevê que, nos próximos meses, a política monetária deverá manter a mesma orientação para estimular a viabilidade de projetos de investimento produtivos, sem descurar a abordagem prudente necessária para garantir a preservação das reservas externas a níveis adequados ao risco do país e à estabilidade macroeconómica e financeira.

Perspetiva-se um fortalecimento da dinâmica de crescimento económico entre um e dois porcento em 2014 e de três porcento para 2015.

Entretanto, o BCV adverte que estas projeções estarão, no entanto, condicionadas à estagnação da economia da área do euro, à continua deterioração da confiança dos agentes económicos nacionais e a uma eventual degradação das contas públicas, além da contínua propagação do vírus de ébola nesta região que poderá impactar a procura turística.

-0- PANA CS/DD 11dez2014