Agência Panafricana de Notícias

Banco Mundial vai disponibilizar mais de $180 milhões a Cabo Verde

 

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Banco Mundial (BM) prevê financiar, de 2022 a 2025, projetos em Cabo Verde com mais de 180.000.000 dólares americanos, um montante duas vezes superior ao envelope financeiro anterior, apurou a PANA de fonte segura

De acordo com o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, que fez o anúncio, terça-feira, o BM representa um "parceiro importante" do arquipélago "no passado, no presente e seguramente no futuro.

Sublinhou o apoio prestado na "gestão da pandemia da covid-19" bem como agora no esforço que o país está a fazer na retoma da atividade económica.

Segundo a sua informação, o BM é "um dos parceiros estratégicos de desenvolvimento de Cabo Verde", tendo atualmente 11 projetos em execução no país, nas áreas do turismo, da educação e do desenvolvimento de competências.

Do leque fobsram ainda dos setores dos transportes, da inclusão social, da energia, da economia digital, da saúde, do empresarial e do acesso ao financiamento de micro e pequenas empresas, totalizando 223.000.000 dólares americanos.

Momentos antes de presidir a uma mesa-redonda de alto nível sobre o tema “A crise internacional e o seu impacto na Economia Africana: perspetiva atual e futura”, Olavo Correia explicou que se trata de empréstimos concecionais com taxa de juros baixa, taxa de amortização de mais de 30 anos, que, segundo ele, são perfeitamente adaptáveis às condições da economia cabo-verdiana.

O governante sublinhou que os financiamento do BM são fundamentais para dinamizar e diversificar a economia e garantir um “envelope muito forte” para a inclusão social, o combate à pobreza extrema e a redução da pobreza absoluta e o desenvolvimento do capital humano.

Por seu turno, o diretor executivo do BM para Cabo Verde, Alphonse Kpuagou, que foi orador principal na mesa-redonda, realçou que Cabo Verde deve diversificar a sua economia, investir na juventude, organizar o setor privado e planificar para uma boa relação entre o setor privado e o público.

“Cabo Verde é um dos países com a melhor avaliação do Banco Mundial, a nível da saúde, que souberam gerir muito bem os problemas sanitários e o processo de vacinação”, regozijou-se Alphonse Kpuagou, considerando que o arquipélago tem potencial no setor do turismo e dos transportes.

Kpuagou, que esteve também na ilha de Santo Antão, assegurou que a sua instituição vai continuar a apoiar o Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA) uma vez que, frisou, tem tido um impacto estrutural no país.

Também o vice-presidente para África Ocidental e Central do Banco Mundial, Ousmane Diaga, enalteceu, no decorrer da visita que efetuou, na semana passada a Cabo Verde, a cobertura vacinal contra a covid-19 no arquipélago, uma das mais altas em África, tendo 73,6 por cento da população adulta imunizados com já as duas doses da vacina, cuja uma parte foi fornecida com apoio daquela instituição global.

"Cabo Verde é um exemplo para o mundo nesta área", enfatizou, para logo a seguir recordar que a crise económica provocada pela pandemia da covid-19 - recessão económica de 14,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 - teve impactos no processo de redução da pobreza no país iniciada há vários anos.

Ousmane Diagana transmitiu igualmente a disponibilidade do Banco Mundial para apoiar as reformas em Cabo Verde, na perspetiva das energias renováveis e com a contribuição do setor privado.

 "Estamos disponíveis para trabalhar com Cabo Verde para aumentar a resiliência da sua economia", precisou.

"Para mim, não há pequenos Estados, pequenos países. Só há países comprometidos com o esforço de desenvolvimento", acrescentou.

Uma informação da instituição refere que esta vista visou "reforçar a cooperação entre o Grupo Banco Mundial e o Governo de Cabo Verde", mas também "conhecer as razões" que levam a que o arquipélago "seja considerado um campeão da vacinação contra a covid-19 em África" e para "reafirmar o compromisso de apoio na recuperação e relançamento da economia cabo-verdiana" no período pós-pandemia.

"A visita surge numa altura em que o Banco Mundial acaba de finalizar a sua estratégia para a África Ocidental e Central, cujos quatro grandes objetivos são estabelecer um novo contrato social entre os cidadãos e o Estado, trabalhar para mais e melhores empregos, reforçar o capital humano e melhorar a resiliência climática", refere uma informação divulgada anteriormente por aquela instituição.

-0- PANA CS/DD 30mar2022