Agência Panafricana de Notícias

Banco Central da Líbia adverte de crise económica no país

Tripoli, Líbia (PANA) - O Banco Central da Líbia (BCL) advertiu segunda-feira as autoridades do país da iminência duma crise económica devido ao défice provocado pelo aumento das despesas em relação às receitas do país.

Num comunicado sobre as finanças públicas e necessidades do Estado em divisas estrangeiras, o BCL exprimiu as suas preocupações face à gravidade do que ele descreveu como uma "crise" que está a instalar-se no país.

A instituição financeira líbia apelou a todo o mundo para conjugar os esforços e trabalhar para "fazer face aos riscos" resultantes da diminuição das exportações de petróleo registada desde agosto último, da baixa contínua dos preços do petróleo que atingiu 40 porcento num intervalo muito curto.

Os preços do petróleo continuaram segunda-feira a sua diminuição no mercado internacional com o barril de Brent do mar do Norte a vender-se por 65,93 dólares americanos, registando uma nova baixa, ou seja o seu nível mais baixo em cinco anos, contra mais de 100 dólares americanos há alguns meses.

A produção petrolífera da Líbia avalia em 800 mil barris por dia, apesar duma capacidade de produção de um milhão e 600 mil barris antes da revolução de fevereiro de 2011 que, seis meses mais tarde, destituiu o então regime de Muamar Kadafi, após 42 anos de poder absoluto.

Mas, constantemente, o setor petrolífero na Líbia está a sofrer o caos, fomentado pela proliferação de armas de fogo e pela ausência de órgãos de segurança estatais capazes de instaurar a ordem e a disciplina.

Comentando o comunicado publicado pelo BCL, uma fonte bancária indicou que "o país está confrontado com uma grave crise financeira", sublinhando assim a necessidade de reduzir e controlar os gastos públicos.

Esta mesma fonte sublinhou que, a partir do próximo ano, o Estado só pagará salários mediante a adoção do número de registo nacional.

O BCL revelou nas suas estatísticas uma assimetria entre o volume de receitas e o de gastos que ultrapassaram 50 porcento as receitas do país.

-0- PANA/BY/BEH/SOC/FK/DD 09dez2014