Agência Panafricana de Notícias

Autoridade de regulação das telecomunicações trava concorrência desleal contra Unitel-STP

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA)- A Autoridade Geral de Regulação das Telecomunicações (AGER) limitou o “moche”, um pacote da companhia são-telecomunicações, que atingiu a 160 clientes em seis anos e  estava a dificultar a sobrevivência da Unitel STP, soube a PANA de fonte oficial.

“O tarifário "moche" obriga todos a serem moche”, explicou Adelaide Fahe, uma das administradoras da AGER de São Tomé e Príncipe.

Avançou que o ano de 2014, altura em que foi lançado o "moche", era apenas afeto aos estudantes.

Dois anos mais tarde, de acordo com estudos do mercado efetuados pela AGER, a Companhia São-tomense de Telecomunicações (CST) detinha 11 por cento dos clientes, o que, segundo Adelaide Fahe, representava 100 mil clientes, e, em 2019, a empresa detida pela brasileira OI passou a ocupar 73 por cento do mercado que representava 160 clientes.

“Eu fui obrigado a ser 'moche' porque mais ninguém ligava para mim”, explicou Adelaide Fahe.

A seu ver, isto é o efeito negativo do produto da CST que promovia a concorrência desleal, a desfavor da Unitel STP, que nasceu em 2014 após o Governo ter liberalizado o mercado em 2004.

O pacote moche foi limitado, a decisão entra em vigor a partir de 2 de novembro próximo, a decisão, precisou Adelaide Fahe, é "irreversível" porque, não estando o mercado a funcionar, o regulador tinha que agir, limitando o tarifário "moche" à sua posição inicial.

Entre finais de setembro último e o início de outubro corrente, a CST suspendeu o acordo de interligação com a Unitel STP, por "incumprimento", garantiu Emery D’Alva, responsável pelo departamento de marketing da CST.

Para equilibrar a balança de pagamentos, a Unitel STP lançou o pacote Bua Só, com vários atrativos, acrescentou Emery D’Alva, frisando no entanto, que a AGER impossibilitou a CST melhorar o seu pacote Turbo para clientes que vão deixar o "moche".

Segundo Adelaide Fahe, durante seis meses, a CST está impedida de lançar qualquer tipo de serviço no mercado, para que haja quebra mais acentuada para a Unitel STP.

“Essa medida vai permitir que as empresas possam manter a qualidade do serviço. Fomos obrigados a tomar essas medidas para equilibrarmos esta sustentabilidade económica”, concluiu.

-0- PANA RMG/DD 16out2020