Agência Panafricana de Notícias

Ativistas denunciam violência sexual nas eleições gerais de 2017 no Quénia

Nairóbi, Quénia (PANA) - A violência sexual foi amplamente utilizada como arma de guerra durante as eleições gerais quenianas de 2017, acusa o relatório da Comissão Nacional de Direitos Humanos (KNHRC) divulgado esta quarta-feira, em Nairobi.

Os primeiros perpetradores desses atos de violência são os agentes de segurança, com 54,5 porcento, enquanto os civis são responsáveis por 45 porcento, sendo que as vítimas são 96 porcento mulheres e 37,4 porcento homens.

Segundo a presidente da KNHRC, Kagwiria Mbogori, a lista não está completa, já que a maioria das vítimas e sobreviventes não se manifestaram, seja por vergonha, medo de repercussões ou ignorância.

Mbogori diz ser um facto comprovado que um certo número de mulheres africanas não denunciam a sua violação porque sentem vergonha.

Para outros, acrescenta, discutir sobre questões sexuais com a família próxima, nomeadamente filhos, é um tabu.

A Comissão registou 201 casos em nove cidades, incluindo Kisumu, Nairobi e Homa Bay.

A situação era tão desesperadora que, segundo ele, algumas crianças fora forçadas a assistir às suas mães a serem agredidas sexualmente.

A KNHRC, uma instituição independente de direitos humanos criada nos termos da Constituição de 2010 e validada pelo Parlamento, lidera a promoção e proteção dos direitos humanos no Quénia.

-0- PANA DJ/MA/NFB/DIM/IZ 28nov2018