Agência Panafricana de Notícias

Antigos membros do Governo guineense proibidos de sair do país

Conakry, Guiné (PANA) - O antigo primeiro-ministro guineense, Ibrahima Kassory Fofana, e a sua equipa governamental foram proibidos de sair do território nacional até nova ordem, anunciou terça-feira fonte judicial, em Conakry.

De acordo com um pedido do Tribunal de Repressão dos Crimes Económicos e Financeiros (CRIEF), todos os 37 membros do Governo deposto a 05 de setembro passado pela Comissão Nacional de Reagrupamento para o Desenvolvimento (CNRD) estão  proibidos de sair do país.

A mesma fonte precisa que esses antigos dignitários são suspeitos de praticar atos de corrupção, branqueamento de capitais, desvio de fundos públicos e enriquecimento ilícito, pelo que os seus passaportes foram confiscados e as suas contas bancárias congeladas.

Além do ex-chefe de Governo, a lista inclui ainda o ex-ministro de Estado, dos Assuntos Presidenciais e da Defesa, Mohamed Diané, fiel e braço direito do Presidente deposto, Alpha Condé, que se encontra em tratamento médico, desde janeiro passado, nos Emirados Árabes Unidos.

Onze dos 37 ex-ministros proibidos de deixar o território nacional são mulheres.

O ex-ministro do Orçamento, Ismaël Dioubaté, está detido há cerca de um mês, depois de ser ouvido pelos juízes do CRIEF que o acusam de ter participado no desvio de cerca de 12 milhões de euros de fundos públicos domiciliados no Ministério do Ensino Técnico, juntamente com a ministra Zénab Dramé, que deixou o país antes do golpe de Estado contra Condé.

Na altura do golpe de Estado, também se encontrava fora do país em missão de serviço o ministro da Cooperação Internacional e Integração Africana, Amadou Thierno Diallo, que não regressou.

O ex-conselheiro especial de Condé e ministro da Indústria, Tibou Kamara, ouvido pelo CRIEF, está sob controlo judicial.

Criado pela Junta poucos dias depois de tomar o poder, o CRIEF já enviou vários ex-diretores de empresas públicas à prisão por alegado desvio de fundos públicos.

O CRIEF também desenterrou processos relativos a casos com mais de 20 anos, como a venda de um Boeing pertencente à extinta Air Guinea, bem como o das linhas da empresa ferroviária.

O procurador do CRIEF, Aly Touré, que recentemente indicou que foi ameaçado de morte depois de descobrir uma mensagem escrita na sua residência prometendo-lhe o inferno, disse que a sua ação não é dirigida contra ninguém.

-0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/IZ 05abril2022