Agência Panafricana de Notícias

Antigo Presidente ganense denuncia "hipocrisia" de Ocidentais na crise ucraniana

Accra, Gana (PANA) - O antigo Presiente ganense, Jerry John Rawlings, denunciou "a hipocrisia e a incoerência" de algumas potências ocidentais na crise ucraniana, que ele qualificou de insulto em relação à comunidade internacional.

Enquanto o Gana celebrou esta quinta-feira o 57º aniversário da sua ascensão à independência, Jerry John Rawlings considera que a União Africana (UA) deve ser decisiva nas questões internacionais porque "o silêncio e a ausência de África", bem como dos países denominados "não alinhados" constituem um verdadeiro desafio à vontade das grandes potência de ver um mundo feito de liberdade e justiça.

Durante uma semana, os países ocidentais e os a favor da União Europeia reagiram vigorosamente com manifestações e marchas na capital ucraniana, Kiev, quando os Russos desdobraram tropas na Crimeia, levando o Presidente Viktor Yanukovych a solicitar o seu apoio.

Enquanto os Russos qualificam de "golpe de Estado" o que acaba de decorrer em Kiev, os membros da UE apelam a sanções severas ao passo que outros países, como a Alemanha, defendem uma solução diplomática.

Para Jerry Rawlings, o mínimo que a União Africana poderia fazer seria optar pela solução diplomática avançada por alguns membros da União Europeia.

O antigo chefe de Estado ganense afirma que a maneira arbitrária com a qual algumas superpotências exercem a autoridade uniteral já não pode prosperar porque é prejudicial à estabilidade mundial.

"Será que é necessário demostrar que o mundo seria melhor, mais justo e estável com o advento duma liderança partilhada e esclarecida?", interregou-se o ex-Presidente do Gana.

"Espero que nos apercebamos do que poderia resultar o quase desaparecimento do Movimento dos Não Alinhados. A Ucrânia serve de teste para a transição que o mundo experimenta atualmente. Então, ou vamos acabar com o arbitrário dum poder unilateral ou com uma liderança responsável e partilhada", sublinhou Jerry John Rawlings, que precisa que a Rússia não pode se subtrair à busca duma liderança partilhada num mundo equilibrado e responsável.

-0- PANA MA/SEG/PBA/SSB/IBA/MAR/TON 07Mars2014