Agência Panafricana de Notícias

Angola suspende voos de passageiros devido ao coronavírus

Luanda, Angola (PANA) – Angola determinou a suspensão, a partir das zero horas desta sexta-feira, 20 de março de 2020, de todos os voos comerciais e privados de passageiros para o exterior e vice-versa, no quadro de medidas preventivas contra o novo coronavírus (Covid-19).

Um decreto presidencial divulgado quarta-feira explica que a entrada e saída de voos em Angola fica suspensa por 15 dias, prorrogáveis por igual período de tempo, em função do comportamento global da pandemia do Covid-19.

A medida não abrange os voos de carga nem aqueles que sejam indispensáveis por razões humanitárias ou que estejam ao serviço da execução da política externa de Angola, refere o texto assinado pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço.

O decreto interdita, para o mesmo período e nos mesmos termos, a circulação de pessoas nas fronteiras terrestres, bem como a atracagem e o desembarque de navios de passageiros e respetivas tripulações, provenientes do exterior do país, em todos os portos nacionais.

A probição de atracagem não abrange os navios de carga, mas o desembarque das  tripulações destas embarcações só será permitido em caso de necessidade de assistência por razões médicas e humanitárias, “observando-se em todo caso o protocolo de prevenção estabelecido para o combate à pandemia do Covid-19”.

Os passageiros nacionais e estrangeiros chegados ao país  até às zero horas de 20 de março de 2020 devem preencher, no momento do desembarque, um termo de responsabilidade obrigatório, ficar em casa por um período mínimo de 14 dias  e cumprir as orientações dadas para o efeito pelo Ministério da Saúde.

Internamente, é proibida a realização de eventos públicos como cultos religiosos, atividades culturais, recreativas, desportivas, políticas, associativas, turísticas, privadas e de qualquer outra índole, “com a aglomeração de mais de 200 pessoas”.

 Os estabelecimentos públicos e privados, incluindo escolas, centros comerciais, mercados, restaurantes, bares, portos e aeroportos e outros que se mantiverem abertos ao público “devem criar as condições adequadas e acessíveis para a higiene das mãos, com sabão e água corrente ou desinfetante à base de álcool”.

O decreto desencoraja todos os cidadãos de participar em reuniões não necessárias bem como de realizar viagens ao interior e exterior do país “que não sejam essenciais”, e proíbe a visita às pessoas que se encontrem em quarentena.

De acordo ainda com o mesmo diploma, as instituições públicas e privadas devem considerar como justificada a ausência ao trabalho dos cidadãos que resulte da observância do período de quarentena.

A ministra das Finanças foi instruída a assegurar recursos financeiros extraordinários para  custear a aquisição dos meios  para preparar equipas, prestar assistência e realizar ações de vigilância epidemiológica, visando prevenir e conter a expansão da pandemia Covid-19.

Segundo o Ministério da Saúde, Angola continua sem nenhum caso confirmado de coronavírus, depois de rastrear mais de 150 amostras inicialmente suspeitas, encontrando-se atualmente 18 viajantes internados nos centros de quarentena.

-0- PANA IZ 19março2010