Roma, Itália (PANA) - A Itália tornou-se já, “para nós”, mais um lugar de encontro e reencontro, um itinerário obrigatório, em que as artes se propõem assumir um papel de destaque, pois elas promovem e intensificam os valores da paz e da concórdia mundiais”, declarou a embaixadora de Angola nesse país, Josefa Sacko.
A diplomata angolana fez esta declaração está terça-feira em Roma por ocasião da 24.ª Exposição Internacional da Trienal de Milão, na Itália.
Sublinhou que a cultura é tida como um dos principais postais de apresentação de muitos dos países, na perspetiva de promover uma imagem característica que ajude a conseguir os seus objetivos políticos ou de posicionamento internacional.
“Em suma, a diplomacia cultural pode ser entendida como um conjunto de relações, que tornam os valores e recursos culturais em elementos fundamentais para divulgar as diversas expressões culturais de uma sociedade, de um Estado ou uma nação, ou para permitir o diálogo entre as pessoas e diferentes povos, promovendo uma maior compreensão entre as nações”, enfatizou.
Neste contexto, Josefa Sacko frisou que “é deveras importante e oportuno explorar-se as grandes potencialidades, no âmbito da diplomacia cultural que constitui, na atualidade, uma das mais dinâmicas ferramentas da política externa dos Estados.”
“Este facto, nos impele a encorajar a participação ativa dos países africanos nos diversos eventos italianos de carácter internacional porque, estamos certos de que África deve fazer parte da estratégia europeia de cooperação cultural, visando facilitar o intercâmbio entre artistas, a participação em festivais de música, dança, teatro, culinária, entre outras manifestações culturais”, defendeu a também representante permanente de Angola nas organizações das Nações Unidas sediadas em Roma.
Angola participa, desde esta terça-feira, na 24.ª Exposição Internacional da Trienal de Milão que examina a questão das disparidades através de 10 exposições, oito projetos especiais, 20 participações internacionais, que partilham visões, urgências e perspetivas globais.
Este evento, de caris cultural, organizado desde 1923, com exposições internacionais, realiza-se de três em três anos, convidando desenhadores, arquitetos e artistas de todo o mundo para explorar temas-chaves da vida contemporânea.
Ao testemunhar a abertura do certame, a diplomata disse que a participação de Angola reforça o compromisso com a cultura em geral, no sentido de uma diplomacia cultural atuante, em que o intercâmbio cultural, o debate e diálogo frutuoso com os pares dispersos pelo mundo são um ponto de honra.
Estão presentes no evento expositores provenientes de Angola e cujas obras “made in Angola”, estão expostas num pavilhão dedicado a sua representação que reflete uma simbiose entre moda e engenharia agrónoma através do desenvolvimento de tecidos sustentáveis e biodegradáveis, a partir de matérias-primas agrícolas.
Angola tem regularmente marcado presença no panorama da arte contemporânea italiana, com presenças na Bienal de Arte de Veneza, em 2007, na Bienal de Arquitetura, em 2012, tendo neste último certame obtido uma menção critica, assim como na Bienal de Arte de Veneza, em 2013, tendo o pavilhão arrecadado o primeiro prémio designado Leão de Ouro, na Bienal de Arquitetura, em 2014, e nas edições de 2015 e 2016 da Trienal de Milão.
-0- PANA JF/DD 28out2025