Agência Panafricana de Notícias

Amadou Touré designado presidente do Tribunal Constitucional no Mali

Bamako, Mali (PANA) - O magistrado Amadou Ousmane Touré, decano dos nove membros do novo Tribunal Constitucional do Mali que acabam de ser nomeados, foi designado neste domingo presidente da instituição pelos seus pares, soube a PANA de fontes oficial, em Bamako.

O novo presidente do Tribunal Constitucional do Mali já foi diretor do Gabinete do primeiro-ministro, auditor-geral, juiz anticorrupção e embaixador do Mali na Côte d´Ivoire.

Os nove novos membros do Tribunal Constitucional, bem como quatro membros do Supremo Tribunal, incluindo o seu novo presidente, foram empossados segunda-feira, no Centro Internacional de Conferências de Bamako, sob a presidência do chefe de Estado do Mali, Ibrahim Boubacar Kéita.

No termo da sua cimeira extraordinária de segunda-feira, 27 de julho, por videoconferência, os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), implicados na resolução da crise sócio-política que o Mali atravessa desde junho passado, recomendaram uma rápida recomposição do Tribunal Constitucional, de acordo com as disposições constitucionais em vigor no Mali.

No caso de dificuldade na nomeação dos membros do Tribunal pelos diversos órgãos, caberá ao Presidente da República utilizar o artigo 50 da Constituição para nomear os nove sábios, recomendou a organização sub-regional.

As recomendações formuladas pela CEDEAO, das quais a instauração dum Governo de unidade nacional e a organização de eleições legislativas parciais, foram pura e simplesmente rejeitadas pelos líderes da oposição congregados no Movimento 5 de Junho – Coligação das Forças Patrióticas (M5- RFP), considerando que  a “crise não é apenas pós-eleitoral” e que é “mais profunda”.

O M5-RFP, principal ator do protesto contra o poder em Bamako, exige a demissão do Presidente Ibrahim Boubacar Kéita e do seu regime, que acusa de "má governação" e "má gestão" da crise multiforme (segurança, institucional, económica, educação) que o Mali conhece há anos.

O movimento reiterou domingo o seu apelo aos seus militantes e simpatizantes para manifestar-se, terça-feira, 11 de agosto, na Praça da Independência de Bamako e no interior do país, para reclamar  uma vez mais pela demissão do Presidente Kéita depois das manifestações de 5 e 19 de junho e sobretudo as de 10 de julho e dos dias seguintes, durante as quais alguns manifestantes foram mortos ou feridos pelas forças de manutenção da ordem.

-0- PANA GT/JSG/SOC/MAR/IZ 10agosto2020