Agência Panafricana de Notícias

AI exige resposta internacional urgente à subida de violência no Sudão

Paris, França (PANA) – A Amnistia Internacional (AI)  apelou  quarta-feira à comunidade internacional para intervir o mais rápido possível no Sudão a fim de cessar a repressão sangrenta das manifestações pelos membros das Forças de Apoio Rápido (FSR) e responsabilizar autores destes atos de violência.

"A história recente do Sudão é caraterizada pela impunidade para crimes de guerra e outras violações graves dos direitos humanos. Exortamos ao Conselho de Segurança e Paz (CSP) da União Africana (CPS/UA) e o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas a porem termo a este ciclo de impunidade e tomarem medidas imediatas para que autores destes atos de violência sejam responsabilizados pelos seus atos”, declarou quarta-feira a AI num comunicado cuja cópia  foi transmitida à PANA em Paris.

Militantes da oposição civil sudanesa, indicou a AI, anunciaram, quarta-feira última, que várias dezenas de corpos sem vida foram descobertos no rio Nilo em Cartum (capital do país).

Por sua vez, médicos, em Cartum, assinalam que  uma centena de pessoas foram mortas desde segunda-feira última, quando forças, das quais membros das FSR, invadiram zonas de manifestações, disparando contra pessoas desarmadas, mencionou a AI na nota.

"O número de mortos é agora considerável, enquanto a força militar especial que matou, violou e torturou vários milhares de pessoas em Darfur (oeste sudanês), opera na cidade capital do país. Informações segundo as quais corpos sem vida foram atirados para o rio Nilo demonstram uma total falta de escrúpulos destas pretensas forças de segurança”, indignou-se a organização internacional de defesa dos direitos humanos. 

A FSR, uma força millitar especial, aliada ao antigo Governo do Sudão, foi criada em 2013 sob o comando do Serviço Nacional de Inteligência e Segurança (NISS) do Sudão.

A AI e vários outros grupos de defesa dos direitos humanos documentaram crimes graves cometidos por esta força militar no passado, nomeadamente no quadro de campanhas anti-motim em Darfur.

Após uma violenta repressão orquestrada segunda-feira última pelas FSR em Cartum e noutras localidades no Sudão, que fez 60 mortos e várias centenas de feridos, o general Abdel Fattah al-Burhane, presidente do CMT, decidiu, numa declaração feita terça-feira última na televisão, anular todos progressos das negociações com a oposição civil, relativos à transmissão do poder a um regime civil e à organização duma transição de três anos.

Também impôs a organização de eleições nos próximos nove meses, refere-se.

-0- PANA BM/IS/SOC/FK/DD 6junho2019