Agência Panafricana de Notícias

AI contra extradição pelo Quénia de cidadãos taiwaneses para China

Nairobi, Quénia (PANA) – A Amnistia Internacional (AI), uma organização de defesa dos direitos humanos, pediu às autoridades quenianas para não extraditar cinco cidadãos taiwaneses para a China onde eles incorrem num “risco real de violações dos seus direitos humanos”.

Um juiz de Nairobi absolveu sexta-feira última os cinco homens detentores de passaportes de Taiwan por fraude na Internet e ordenou que eles fossem expulsos para Taiwan.

A AI indicou no entanto, num comunicado publicado no fim de semana, que 45 outros cidadãos taiwaneses implicados no mesmo caso foram forçados a usar máscaras pretas antes de serem expulsos para a China após a sua absolvição em abril último, apesar das inquietações expressas sobre as violações dos direitos humanos.

Um outro processo foi-lhes instaurado na China, indica o comunicado.

Os Twaineses Wu Kun-ta, Chang Tsen, Hsieh Chih-huang, Huang Sin-bao e Wang Chun-chih foram detidos com 45 outros em dezembro de 2014 e acusados de enganar os utilizadores da Internet na China. A AI indica que um importante contingente de segurança chinês esteve presente no Tribunal pronto para os repatriar em caso de absolvição.

« Os cinco réus foram absolvidos e devem ser imediatamente libertos e autorizados a exprimir a sua intenção de regressar a Taiwan », declarou o responsável da AI para a África Oriental, Victor Odero.

A AI considera que os seus direitos a um julgamento equitativo serão largamente violados se forem repatriados para a China. "Não há nenhuma dúvida de que o Quénia quer manter as suas relações com a China mas não deve em caso algum sacrificar os direitos destes indivíduos por razões políticas, pelo que um processo judicial regular deve ser respeitado”, indicou.

A única coisa a fazer é libertá-los e garantir o seu regresso seguro a Taiwan, acrescentou Odero.

-0- PANA MA/ASA/BEH/FK/IZ 8ago2016