Agência Panafricana de Notícias

AI advoga fim de sacrifícios rituais em detrimento de albinos no Malawi

Lilongwe, Malawi (PANA) – A Amnistia Internacional (AI) exortou as autoridades do Malawi a reforçarem as suas medidas com vista a proteger albinos sujeitos a sacrifícios rituais.

Num comunicado publicado na sequência dum outro ataque perpetrado em Lilongwe, a capital do país, a organização de defesa dos direitos humanos revelou que, quinta-feira última, quatro homens tinham tentado entrar na residência de Gilbert Daire, ex-presidente da Associação dos Albinos, que na altura dormia, e que só foi salvo graças à intervenção de vizinhos.

Um dos presumíveis autores foi preso mais tarde pelas populações que o entregaram à Polícia, indica o comunicado da AI.

« Este ataque cobarde ocorreu no centro da cidade mais animada do país revelando uma falta de medidas de proteção e segurança dos albinos em todo o país », indignou-se o diretor regional da AI para a África Austral, Deprose Muchena.

«Nos últimos dois anos, registámos um aumento considerável dos ataques contra albinos. Nós dispomos de informações sobre várias dezenas de indivíduos em causa perseguidos como animais por causa de algumas partes dos seus corpos, mas estes ataques cobardes parecem continuar com toda impunidade. As autoridades do Malawi devem pôr termo a este ciclo de impunidade para autores destes crimes », afirmou Deprose Muchena.

A AI indicou que, desde início de 2017, dois albinos foram mortos e três outros escaparam a ataques direcionado, dos quais dois à facada.

No Malawi, os albinos correram um risco enorme de rapto ou assassinato por razões místicas nos últimos anos, tendo este risco aumentado desde novembro de 2014, indica-se no local.

-0- PANA MA/ASA/BEH/FK/DD 13março2017