Agência Panafricana de Notícias

Aeroportos de Cabo Verde perdem 1,5 milhão de passageiros

Praia, Cabo Verde (PANA) - Os aeroportos de Cabo Verde já perderam, este ano, um milhão e meio de passageiros em consequência da suspensão, em março passado, do trafego aéreo para conter a transmissão da covid-19, apurou a PANA na cidade da Praia.

De acordo com um boletim de tráfego da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), os aeroportos cabo-verdianos atingiram, nos primeiros 10 meses de 2020, uma quebra de passageiros de 68,5 por cento, face ao anterior.

Os dados revelados pela ASA indicam que, de janeiro a outubro de 2019, o movimento em embarques, desembarques e trânsito ascendeu a 2.273.542 passageiros, mas caiu no mesmo período de 2020 para apenas 715.840, o que representa  uma quebra de 1.557.702 passageiros face ao ano passado.

No entanto, após a paragem quase total até julho, os aeroportos já iniciaram uma recuperação mensal que se traduziu, no mês de outubro no movimento de 738 aeronaves (-73,7% face a 2019) e 22.805 passageiros em embarques, desembarques e trânsito (-89,1% face a 2019).

No caso do Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, o mais importante do país e  que serve a ilha do Sal,  contou em outubro com apenas 297 pessoas transportadas em voos internacionais e 2.035 em voos domésticos.

No mesmo mês de 2019, o aeroporto da ilha do Sal, a mais turística de Cabo Verde e que tem registado um movimento anual acima de um milhão de passageiros, tinha movimentado um total de 91.059 passageiros.

Segundo dados da ASA, a FIR (região de informação de voo) Oceânica do Sal controlou, no mês passado, 55 aeronaves por dia, em média, em passagem no espaço aéreo gerido por Cabo Verde, o valor mais alto desde março, início da pandemia.

Em outubro,  Cabo Verde controlou 1.665 aeronaves, contra os 4.923 no mesmo mês de 2019 (-66,2%).

O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia da covid-19, em todo o Mundo, com fortes limitações à atividade face ao encerramento do espaço aéreo de vários países, na tentativa de conter a progressão da doença.

Em março, o movimento de aeronaves na FIR Oceânica do Sal já tinha caído 30 por cento, para 3.566 aeronaves, mas seguiram-se meses de mínimos históricos (512 aviões em abril, 622 em maio, 831 em junho e 999 em julho).

Essa recuperação acelerou, em agosto e setembro, para respetivamente 1.114 e 1.295 aviões controlados, a partir do Sal, no espaço aéreo gerido por Cabo Verde.

No entanto, de janeiro a outubro, a FIR Oceânica do Sal controlou 20.107 aeronaves, uma quebra de 58,6 por cento face aos primeiros 10 meses de 2019.

A gestão desta FIR é uma das principais fontes de receitas do setor aeronáutico de Cabo Verde.

Os rendimentos da ASA com o setor da navegação aérea cresceram 19 por cento de 2017 para 2018, para 2.945 milhões de escudos (26,6 milhões de euros), o equivalente a 43 por cento de todas as receitas da empresa pública, que gere os aeroportos do país.

A FIR corresponde a um espaço aéreo delimitado verticalmente a partir do nível médio do mar, sendo a do Sal (que existe desde 1980) limitada lateralmente pelas de Dakar (Senegal), Canárias (Espanha) e Santa Maria (Açores, Portugal).

Toda esta área está sob jurisdição das autoridades aeronáuticas cabo-verdianas, tendo a FIR sido criada em 1980. 

-0- PANA CS/IZ 19nov2020