Agência Panafricana de Notícias

Aeroportos de Cabo Verde perdem mais de um milhão de passageiros

Praia, Cabo Verde (PANA) - Os aeroportos de Cabo Verde já perderam, desde o início do ano, mais de um milhão de passageiros, apesar de o mês de agosto ter movimentado mais de 20.200 passageiros, um aumento para o dobro face a julho, apurou a PANA de fonte autorizada.

Desde 19 de março que o arquipélago cabo-verdiano está encerrado a voos internacionais comerciais, medida decidida pelo Governo para conter a pandemia da covid-19.

De acordo com um boletim de tráfego da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), de janeiro a agosto, os aeroportos e aeródromos de Cabo Verde movimentaram 671.275 passageiros e 10.204 aeronaves.

Esta cifra representa quebras, respetivamente, de 63,8  e 55,8 por cento face aos primeiros oito meses de 2019. Só em oito meses de 2020, os aeroportos de Cabo Verde perderam um milhão, 181 mil 815 passageiros face ao mesmo período do ano anterior.

Este movimento de recuperação que agora se regista é influenciado pelos voos domésticos, que começaram, progressivamente, a ser retomados pela Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), em 15 de julho.

Além disso, desde o início de agosto que Cabo Verde e Portugal têm um corredor aéreo aberto (Lisboa - Praia e Lisboa - São Vicente) para “voos essenciais”, nos dois sentidos, que obrigam à apresentação de testes negativos à covid-19 pelos passageiros.

Em agosto, já foram movimentados 5.948 passageiros em voos internacionais, com 271 aeronaves (chegadas e partidas), face aos 2.950 passageiros e 235 aeronaves, em julho.

Cabo Verde tem quatro aeroportos internacionais, nas ilhas de Santiago, do Sal, da Boa Vista e de São Vicente, e três aeródromos, nas ilhas de São Nicolau, Maio e Fogo, todos operados pela ASA.

A economia de Cabo Verde depende essencialmente do turismo, com um peso direto de cerca de 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e um recorde de 819 mil turistas, em 2019.

Com o arquipélago encerrado ao turismo internacional, há mais de seis meses, o país vive já uma crise profunda, com o Governo a estimar a duplicação da taxa de desemprego até final do ano, para quase 20 por cento.

-0- PANA CS/IZ 23set2020