Agência Panafricana de Notícias

Acções decisivas em 2009 para assegurar paz na RD Congo

Kinshasa- RD Congo (PANA) -- O ano 2009 terá sobretudo sido marcado no plano político pelas numerosas acções do Governo que visam restabelecer a paz no país e consolidá-la de maneira duradoura, revelam a maioria de observadores.
Trata-se da organização das cimeiras da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), bem como da visita da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
Constam igualmente deste feicho de conquistas a normalização das relações com a Bélgica e o Ruanda, a detenção de Laurent Nkunda, a desestabilização das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR, rebelião ruandesa no território congolês) e do Exército de Resistência do Senhor (LRA, rebelião ugandesa no território congolês) e a organização do terceiro Congresso Internacional da Mulher Negra em Kinshasa, a capital congolesa.
A insegurança nas províncias de Kivu-Norte e Sul (leste) e em Dongo, na província do Equador (norte), a assinatura do acordo de paz em Goma, a capital de Kivu-Norte, pelo Governo e por grupos armados nesta província, a operação de revisão do ficheiro eleitoral, o discurso do Presidente Joseph Kabili sobre o estado da nação, pronunciado a 7 de Dezembro diante dos parlamentares reunidos em Congresso, o prolongamento da missão das Nações Unias, são outros factos dignos de registro do ano 2009.
Em relação à insegurança no leste do país, esta região foi, uma vez mais durante o ano que terminou, palco de confrontos entre grupos armados e elementos do Exército regular que fizeram milhares de mortos e provocaram movimentos de deslocação das populações no interior do país, para se refugiar em zonas mais seguras.
Os rebeldes do CNDP (Congresso Nacional do Povo, uma vertente armada outroura dirigida por Laurent Nkunda), bem como várias outras forças negativas, incluindo os rebeldes Hutu ruandeses das FDLR e os grupos Maï-Maï (milícias congolesas), foram factores da insegurança em Kivu, onde semearam a morte e a desolação no seio das populações civis.
Graças à assinatura do acordo de paz entre Kinshasa e os grupos armados, a autoridade do Estado foi restaurada em Kivu-Norte, sob a mediação da comunidade internacional, através dos ex-Presidentes nigeriano Olusegun Obasanjo e tanzaniano Benjamin Mkapa.
Para perseguir as FDLR, o Governo congolês solicitou o apoio do Exército ruandês, no quadro duma operação denominada "Umodja Wetu" que permitiu aos soldados das Forças Armadas da RD Congo (FARDC), apoiados por tropas ruandesas, caçarem as FDLR em diferentes frentes.
A operação Umodja Wetu permitiu às populações locais exercer suas actividades diárias.
Porém, esta situação não durou muito tempo porque os fora-da-lei retomaram as suas exacções contra as populações civis, obrigando assim as FARDC a intervirem no quadro duma outra operação, designada "Kimia I", na provincía de Kivu-Sul, escorraçando-os até agora em algumas localidades deste região com o da Missão das Nações Unidas no Congo (MONUC).
As populações dos distritos de Ituri, Bas-Uélé e Haut-Uélé na província Oriental (leste) fora igualmente alvo de ataques dos rebeldes ugandeses do Exército de resistência do Senhor (LRA) que, à semelhança de outros insurrectos, mataram, violaram, raptaram, destruíram infraestruturas básicas e queimaram habitações de cidadãos pacíficos, deixando milhares de pessoas sem abrigo e em condições desumanas.
Em Novembro de 2009, confrontos sangrentos tiveram lugar em Dongo, na província do Equadar.
Na base destas matanças está a gestão de lagoas piscícolas que dividiu duas etnias do distrito do Sul Ubangi.
Estes confrontos causaram a morte de várias pessoas e provocaram a deslocação de vários civis para o Congo-Brazzaville mas desde há algum tempo, Dongo está sob controlo dos elementos das FARDC apoiados pela MONUC.
No seu discurso sobre o estado da nação, o Presidente Kabila abordou a situação geral do país, nomeadamente o esforço envidado pelo Governo para pacificar o país, sem esquecer o arranque dos trabalhos de Cinco Obras da República (Programa do Governo de Reconstrução do País), em todo território nacional.