Agência Panafricana de Notícias

248 refugiados angolanos repatriados do Congo

Brazzaville, Congo (PANA) – O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados(ACNUR) repatriou 248 refugiados angolanos do Congo para o enclave de Cabinda, no norte de Angola, no quadro duma operação tripartida entre os dois países e o ACNUR, anuncia um comunicado oficial distribuído esta segunda-feira em Brazzaville.

Alguns destes refugiados viviam no território congolês desde 1962, no início da batalha pela independência contra Portugal.

Para o ACNUR, este repatriamento voluntário é simbólico na medida em que se trata dos últimos refugiados angolanos que estiveram nos departamentos de Ponta Negra, Kouilou (Kondi-Mbaka, Komi, Tchamba-Nzassi), Niari (Dolisie, Malolo, Ilou-Panga, Yandza) e Bouenza (Loudima), no sul do país.

O representante do ACNUR no Congo, Ibrahima Traoré, tranquilizou sobre o caráter voluntário desta operação de repatriamento.

« A principal condição do regresso ao país natal é que as pessoas interessadas tomem esta decisão de forma esclarecida e voluntária », disse.

Segundo ele, a maioria dos refugiados desejam regressar à sua pátria desde que a situação o permita e "a nossa organização apoia-os neste projeto e dá-lhes uma assistência ao financiar, nomeadamente, o seu transporte a fim de que eles possam regressar em segurança e reconstruir uma vida”.

A grande maioria destes refugiados, cuja idade oscila entre zero e 86 anos, são originários do enclave angolano de Cabinda, fronteiriço com a República do Congo.

« O Congo acolheu-vos de braços abertos durante o vosso exílio desde a guerra de independência em 1975 e, presentemente, o vosso país, Angola, está inteiramente, disposto a fornecer os meios necessários para a vossa reinserção. Há quase quatro anos, nós apoiamos o regresso maciço dos nossos irmãos refugiados, oriundos maioritariamente de Cabina », declarou o cônsul-geral de Angola para os departamentos de Ponta Negra e Kouilou, Luís Cardoso.

A cláusula de cessação do estatuto de refugiados angolanos no Congo entrou em vigor a 30 de junho de 2012, após as reuniões tripartidas realizadas antes entre os Governos congolês e angolano e o ACNUR.

-0- PANA MB/JSG/FK/IZ 5out2015