Agência Panafricana de Notícias

100 mães perdem vida em hospitais no primeiro semestre de 2018 no Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – Cem mortes maternas foram registadas nos primeiros seis meses do ano de 2018, devido à falta de assistência médico-medicamentosa em hospitais, revelou quarta-feira a Amnistia Internacional (AI).

No seu relatório 2017-2018 sobre a situação dos direitos humanos no Burkina Faso, a AI explica que a falta de material médico, de medicamentos e de pessoal em hospitais expôs mulheres e recém-nascidos a graves riscos de complicações obstétricas, de infeções e mortes.

Segundo autores do relatório, a que a PANA teve acesso, pelo menos 100 falecimentos maternos foram assinalados durante os primeiros seis meses do ano em curso, num dos dois principais hospitais públicos de Ouagadougou.

Num destes hospitais, parteiras, atarrefadas, praticavam até 25 cesarianas diárias e, por falta de meios, algumas pacientes dormiam no chão, às vezes sem lençóis", indica o documento.

Por outro lado, o relatório sublinhou que "nenhum progresso foi realizado" para concretizar o compromisso assumido pelo Governo, em 2016, de aumentar a idade legal de raparigas para o casamento.

"Na região do Sahel (norte do país), mais de 50 porcento das adolescentes, dos 15 aos 17 anos de idade, já eram casadas. A taxa de mutilações genitais continua a diminuir. Todavia, estas práticas, embora ilegais, continuam a expandir-se", ressaltam autores do relatório.

-0- PANA NDT/JSG/CJB/DD 13dez2018