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Níger saúda encontro entre Comissão da União Africana e Comunidades Económicas Africanas

Niamey, Níger (PANA) - O Presidente do Níger, Issoufou Mahamadou, louvou segunda-feira em Niamey a institucionalização do encontro bianual entre as Comunidades Económicas Africanas (CEA) e a Comissão da União Africana (CUA).

No seu discurso de abertura da primeira edição do encontro bianual entre a CEA e a CUA, o Presidente Mahamadou salientou que "as trocas entre as duas entidades. no contexto da integração, se inscrevem-se igualmente no quadro dos objetivos da Agenda 2063".

Recordou que, no âmbito do planeamento estratégico da União Africana (UA) para 2063, alusiva ao centenário da criação da "nossa organização comum, foram fixados objetivos ambiciosos mas conforme as aspirações à prosperidade das nossas populações".

"É, portanto, extremamente importante que as atividades desenvolvidas por várias comissões regionais e as desenvolvidas pela nossa comissão sejam coordenadas não só para evitarmos repetições e aplicarmos o princípio da subsidiariedade, mas também para partilharmos experiências e resultados e certificarmo-nos de que avançamos juntos ao mesmo ritmo e para a mesma direção e que nenhuma área do nosso continente ficou pelo caminho", acrescentou o estadista nigerino.

Para o Presidente Issoufou, embora tenha havido progressos excepcionais na implementação do projeto da Zona de Livre Comércio Continental, outros 11 projetos emblemáticos deste plano decenal não registaram progressos significativos na sua execução.

"Eles precisam de muito mais esforços, de maior atenção por parte dos líderes que somos e dum acompanhamento mais próximo, o que só pode ser feito no âmbito dum quadro de coordenação como o que estamos a criar hoje", considerou.

Para além da Zona de Livre Comércio Continental Africana, lançada oficialmente domingo em Niamey, o primeiro plano decenal da UA previa 11 outros projetos emblemáticos, incluindo o da rede integrada de comboios de alta velocidade, o da Universidade Virtual Pan-Africana, o da Estratégia Africana sobre Matérias-Primas, o do Fórum Anual Africano e o do  Espaço Aéreo Único Africano, disse.

Há também, prosseguiu, o Projeto de Passaporte Africano e de Livre Circulação de Pessoas, o Projeto de Instituições Financeiras Continentais, o da Grande Barragem de Inga (RD Congo), o da Rede Virtual Pan-Africana, o  do Silêncio das Armas até a 2020 e o do Espaço.

As Comunidades Económicas Regionais são fundamentais para a integração e o desenvolvimento de África, afirmou o Presidente Issoufou.

A seu ver, são os "pilares sobre os quais o continente deve ser capaz de construir a África que queremos. Pretende-se que sejam plataformas de harmonização das políticas entre os Estados-Membros, a nível regional e continental".

"Alguns fizeram progressos significativos em alguns projetos de integração, tais como a livre circulação, a pauta externa comum, a moeda comum. É o caso da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), com a abolição dos vistos de entrada, da Pauta Externa Comum e da moeda comum até a 2020 e de outras comunidades em determinadas áreas", indicou.

Afirmou que as Comunidades Económicas Regionais precisam certamente de ser revitalizadas e reposicionadas, para que possam cumprir a sua vocação de motor da transformação estrutural das economias africanas.

A primeira reunião bianual de coordenação entre a CUA e as CEA decorrem desde segunda-feira última, em Niamey, sob a presidência de Abdul Fatha Al Sissi, atual Presidente da UA e chefe do Estado do Egito.

A reunião realiza-se no rescaldo da Conferência Extraordinária da UA sobre o lançamento da fase operacional da Zona de Livre Comércio Continental Africana, domingo último em Niamey.

-0- PANA SA/IS/IBA/CJB/DD 09jul2019