Agência Panafricana de Notícias

África inicia recuperação económica após crise mundial

Abidjan- Côte d'Ivoire (PANA) -- As economias africanas esperam uma recuperação gradual dos efeitos da crise mundial com um crescimento médio de 4,5 porcento este ano e 5,2 porcento em 2011, se persistirem as actuais tendências do mercado internacional.
Esta faz parte das previsões do relatório "Perspectivas Económicas em África (PEA)" para 2010, publicado segunda-feira na capital económica ivoiriense, Abidjan, no quadro das Assembleias Anuais do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) a decorrerem de 27 a 28 deste mês.
O PEA é publicado anual e conjuntamente pelo BAD, pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OECD) e pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA), com o apoio financeiro da Comissão Europeia e do Comité do Grupo ACP (África, Caraíbas e Pacífico).
De acordo com o documento, todas as regiões de África deverão alcançar este ano um crescimento económico mais elevado embora admitindo que a recessão económica "deixará as suas marcas".
A região leste-africana é apontada como a que melhor resistiu à última crise financeira e económica mundial e que voltará a conhecer o crescimento médio mais elevado entre 2010 e 2011.
As previsões do PEA 2010 estão baseadas na perspetiva de a economia e o comércio mundiais manterem o ritmo de recuperação, e os preços do petróleo e de outras matérias- primas permanecerem perto dos níveis atuais.
O documento admite entretanto a existência de "riscos positivos e negativos" nessas previsões, destacando, na primeira categoria, o potencial de uma retoma mais robusta que a esperada.
A este propósito, sublinha que, na verdade, muitos dos indicadores internacionais melhoraram significativamente nos finais de 2009 e que a confiança continuou a aumentar em vários países no início de 2010.
Por isso, explica o relatório, "um crescimento mundial de maior intensidade poderá impulsionar igualmente a expansão em África".
Entre os riscos negativos, realça a eventualidade de uma retoma mundial mais débil que a admitida, por persistirem "incertezas particularmente sobre os problemas ainda existentes nos sectores bancários dos países desenvolvidos" e sobre os seus reflexos no financiamento de investimentos e na recuperação económica internacional.
Para além destes factores externos, o documento reconhece que existem também riscos internos em África onde, explica, alguns países podem conhecer o surto ou o agravamento do descontentamento social e das tensões políticas, ameaçando assim as perspectivas de crescimento.
"O despertar das economias e a perspetiva de uma retoma relativamente moderada tornou mais urgente ainda a necessidade de se resolver os problemas estruturais que já existiam antes da crise mundial", indica.