Agência Panafricana de Notícias

África francófona faz pouco na luta contra sida, segundo relatório

Kinshasa, RD Congo (PANA) - A África francófona não faz muitos esforços em matéria de luta contra a sida em relação ao resto do continente, segundo um relatório apresentado em Kinshasa, à margem da XIV Cimeira da Organização Internacional da Francofonia (OIF) na cidade capital congolesa.

Intitulado "Ponto de Decisão da Francofonia: Parar Novas Infeções com o VIH e Garantir Tratamentos para Todos", o relatório sublinha que 43 porcento das pessoas afetadas pela sida têm acesso ao tratamento nos países francófonos, contra 59 porcento no espaço anglófono.

De acordo com o mesmo documento, que revelam disparidades entre países francófonos nesta matéria, 80 porcento dos pacientes têm acesso à triterapia no Cambodja contra apenas 12 porcento na República Democrática Congo.

Perto de 50 mil crianças nascem anualmente com sida no espaço francófono em África, dos quais 60 porcento na RD Congo, lê-se no relatório.

O documento menciona contudo progressos importantes no financiamento da luta contra a pandemia, nomeadamente na Guiné Equatorial, na Guiné-Bissau e no Congo Brazzaville.

"Anualmente, faltam um bilião e 400 milhões de dólares americanos no espaço francófono para alcançar o nível de mobilização dos recursos que desejamos. O nosso objetivo é alcançar zero nova infeção, zero morte ligada à sida e zero discriminação", afirmou o diretor executivo da ONUSIDA (Programa Comum das Nações Unidas sobre o VIH/Sida), Michel Sidibé, quando falava na cerimónia de lançamento do relatório.

A luta contra a pandemia conheceu globalmente progressos significativos em África, região que concentra dois terços das pessoas portadoras do vírus da sida no mundo.

O preço do tratamento passou de 15 mil euros anualmente em 2003 para apenas 80 euros atualmente.

O número de pacientes que têm acesso à triterapia conheceu igualmente uma progressão espetacular no continente negro, passando de 26 mil, nos países francófonos em 2003, para mais de um milhão em 2011.

Apesar de esforços enormes envidados nestes últimos anos, a sida continua a ser uma das principais causas da mortalidade em África, atrás do paludismo, de acordo com o relatório.

-0- PANA SEI/JSG/MAR/DD 14out2012