Agência Panafricana de Notícias

União Europeia apela ao diálogo político na Guiné

Conakry, Guiné (PANA) – A alta representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Cathérine Ashton, exortou segunda-feira os líderes políticos guineenses a privilegiar o diálogo.

« Na véspera do aniversário dos eventos trágicos de 28 de setembro de 2009, que coincide com o apelo para uma série de manifestações pacíficas, fiz apelo aos líderes políticos para que privilegiem a via do diálogo sobre em vez da confrontação », disse numa declaração divulgada em Conakry pela representação da UE.

No documento, Ashton diz-se persuadida de que a oposição vai engajar-se num procedimento construtivo e responsável e que as autoridades demostrarão contenção e sabedoria, asssegurando que as forças da ordem atuem com profissionalismo no respeito da democracia e do Estado de Direito.

Segundo Ashton, um diálogo aberto entre o Governo e os principais representantes da oposição é essencial para o desenrolar de eleições parlamentares transparentes, inclusivas e pacíficas a 29 de dezembro de 2011.

« Estas eleições são fundamentais para a transição política e a coesão nacional », considera.

Ashton lembra que a UE continua firmemente engajada em apoiar a Guiné para que conclua a transição política com a criação duma nova Assembleia Nacional democraticamente eleita, bem como nos seus esforços que visam a reconstrução económica e o bem-estar do seu povo.

Um grupo de partidos da oposição decidiu organizar esta terça-feira uma manifestação pacífica para denunciar « as derivas e as decisões arbitrárias » do Governo relativas aos preparativos das eleições legislativas previstas para dezembro próximo.

O grupo acusa o Governo de ter fixado unilateralmente a data das legislativas e de proceder a um recenseamento integral dos eleitores, quando se previa correções menores antes de exigir uma auditoria ao registo eleitoral.

A manifestação da oposição foi proibida pelo governador de Conakry, Sékou “Resco” Camara.

Por seu turno, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Boundounka Condé, ordenou aos militares para se distanciarem da manifestação.

-0- PANA AC/AAS/SOC/MAR/IZ 27set2011