Agência Panafricana de Notícias

União Europeia advoga respeito pelas liberdades e diálogo no Tchad

Paris, França (PANA) - A União Européia (UE) pediu ao Governo tchadiano que respeite as "liberdades fundamentais" e favoreça um "diálogo aberto e sustentado".

O apelo da França segue a fortes tensões que, há várias semanas, abalam no país, nomeadamente a suspensão temporária, pelas autoridades tchadianas, das atividades duma dúzia de partidos políticos da oposição.

Numa declaração divulgada sexta-feira, um porta-voz da UE enfatizou o reforço da sua parceria com o Tchad no domínio económico e de segurança. afirmando que a sua instituição "continua com as autoridades e o povo tchadianos para superar esta crise e acompanhar as reformas necessárias".

"Para tal, acrescentou o porta-voz europeu, o respeito pelas liberdades fundamentais e um diálogo aberto e sustentado entre todos os atores são as melhores garantias para se estabelecer um consenso necessário para soluções duráveis".

Desde início do ano, medidas de austeridade tomadas pelo Governo tchadiano, para enfrentar a crise económica e equilibrar as suas despesas, provocou um descontentamento social sem precedentes.

O aumento dos preços dos combustíveis nas bombas e o aumento dos preços de certos produtos alimentares, entre outros fatores, desencadearam um primeiro movimento social de operadoras e alunos que já não conseguem ir às suas escolas.

Em seguida, houve a redução de 5 a 45 porcento dos incentivos e subsídios de funcionários que resultou num movimento de protesto de centrais sindicais;

O Estado queixa-se de que, de 2003 a 2018, a folha de pagamento passou de 40 biliões de francos CFA (74,7 milhões dólares americanos) para 380 biliões Francos CFA (quase 710 milhões de dólares americanos), alertando que já não tem capacidade para suportar uma tal massa salarial.

O Orçamento Geral do Estado do Tchad, de acordo com a lei de finanças de 2018, equivale a 1.343 biliões de francos CFA (dois mil 508 biliões de dólares americanos), enquanto as previsões de receitas se estimam em 846 biliões de francos CFA (um mil bilião 580 milhões de dólares americanos).

Face à esta situação, os sindicatos, os partidos políticos e as organizações da sociedade civil apelam a marchas pacíficas para denunciar não apenas as medidas injustificadas, mas também a má governação do regime do residente Idriss Deby Itno, no poder desde 1990.

Mas, alrgando ameaças terroristas, o Governo rejeitou sistematicamente qualquer marcha pacífica ou manifestação ameaçando suspender e, depois, dissolver qualquer partido político ou qualquer organização que viole esta proibição.

Associando a palavra ao ato, o ministério do Interior suspendeu, quarta-feira última, temporariamente, as atividades de 10 partidos da oposição que desafiaram a proibição de se manifestar.

-0- PANA BM/DIM/DD 10fev2018