Agência Panafricana de Notícias

UNESCO pede inquérito sobre morte de jornalista em Lagos, na Nigéria

Paris, França (PANA) – A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulaye, apelou quarta-feira às autoridades nigerianas para  esclarecerem a morte de Pelumi Onifade, de 20 anos de idade, jornalista estagiário no canal Gboah TV, que emite por Internet em Lagos.

O seu corpo sem vida foi descoberto numa morgue nos arredores de Lagos, na Nigéria, duas semanas após a sua detenção a 24 de outubro último pela Polícia, indicou a UNESCO.

"Apelo às autoridades nigerianas para realizarem um inquérito aprofundado sobre as circunstâncias da morte de Pelumi Onifade. Os jornalistas que cobrem manifestações são atores-chave da manutenção do Estado de Direito. É fundamental que eles possam cumprir o seu trabalho com toda segurança”, declarou Azulaye.

Pelumi Onifade foi enviado para fazer uma reportagem sobre uma mobilização diante de um hangar que continha alimentos, a 24 de outubro último, em Agebe, nos arredores de Lagos. referiu-se.

Várias testemunhas afirmaram que a Polícia dispersou então uma multidão com violência, detendo o repórter, apesar de usar um casaco que o identificava como jornalista, acrescentou. 

Desde esta data, ele não reapareceu, e a sua família, que assinalou o seu desaparecimento, encontrou, duas semanas mais tarde, o seu cadáver na morgue de Ikorodu, nos arredores de Lagos.

A Organização Não Governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou igualmente estes "factos graves" e pediu "um inquérito imparcial e independente” para esclarecer as circunstâncias da morte de um repórter estagiário nigeriano, cujo corpo sem vida “tem uma marca de bala”, denunciou um advogado da família do jornalista, contactado por pela RSF.

Trata-se já, precisou a RSF, dum terceiro jornalista abatido no país à margem de uma mobilização ou de uma manifestação, há um pouco mais de um ano.

Antes dele, pereceram em idênticas circunstâncias Precious Owolabi e Alex Ogbu, em 2029 e 2020 respetivamente, no exercício das suas funções, e os autores destes assassinatos nunca foram identificados.

-0- PANA  BM/TBM/FK/DD 18nov2020