Agência Panafricana de Notícias

UE forma dois mil soldados do Exército somalí

Paris- França (PANA) -- Cerca de dois mil soldados somalís serão formados no Uganda e no Quénia pela União Europeia (UE) no quadro do apoio ao Governo Federal de Transição (GFT), anunciou quarta-feira em Paris o porta-voz do Ministério francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Valéro.
"A UE acelerou nos últimos meses o seu trabalho de planificação duma missão de formação da força de segurança somalí que terá lugar no Uganda, com a adopção do Conceito de Gestão de Crise pelo Conselho dos Assuntos Gerais de 17 de Novembro e a opção militar estratégica de 7 e 8 de Dezembro último", explicou Valéro durante um briefing com a imprensa.
Adiantou que a missão de formação, que vai denominar-se "EUTRA Somalia", vai permitir formar os militares somalís em diferentes especialidades, do comando à perícia militar, ao passar pelos serviços de saúde e de intendência.
O Uganda vai assegurar uma parte da formação das tropas, precisou o porta-voz do Quai d'Orsay, que lembrou que França já formou em Djibuti perto de 500 soldados do Exército regular somalí.
"O reforço das capacidades de segurança do GFT é necessário.
Uma missão de formação da segurança somalí é a melhor opção para reforçar a capacidade do GFT de tomar o controlo do seu território", considerou Valéro.
Para Paris, a UE deve ter uma acção responsável e coerente que privilegie tanto a luta contra o terrorismo, através do desdobramento das forças navais europeias, como o apoio pelo às autoridades somalís de transição.
"Sem estratégia de estabilização da situação de segurança (na Somália), qualquer estratégia será inútil", advertiu o porta-voz do Ministério francês dos Negócios Estrangeiros.
Ajudado pela comunidade internacional, o GFT, dirigido pelo Presidente Cheikh Charif Ahmed, tenta endurecer a sua autoridade no território somalí onde operam diferentes grupos armados.
O Estado somalí desintegrou-se desde 1991, data do derrube do Presidente Mohamed Siad Barré, morto no exílio na Nigéria.