Agência Panafricana de Notícias

UE chamada a encontrar porto seguro para desembarque de emigrantes vindos da Líbia

 

Bruxelas, Bélgica (PANA) - Duas Organizações Não Governamental (ONG) humanitárias, SOS Mediterranée e Medecins du Monde, pedem à União Europeia (UE) para encontrar com urgência um "porto seguro" para o desembarque de 104 migrantes africanos resgatados no Mediterrâneo, ao largo das costas líbias, há 18 dias.

O apelo foi lançadado segunda-feira última pela diretora das operação da SOS Mediterrannée, Louise Guilaumat, que considera que a UE deve criar um mecanismo "previsível e coordenado" para o desembarque de migrantes africanos que fujam da Líbia e resgatados no Mediterrâneo.

Com a aproximação da saída da Grã-bretanha da Europa (Brexit), verifica-se um aumento do número de embarcações que transportam emigrantes ilegais desejosos de rumar para a Grã-Bretanha.

A 18 de outubro corrente, um navio, oidetificado como Ocean Viking, salvou 41 emigrantes africanos ao largo das costas da Líbia, incluindo crianças menores de idade e mulheres grávidas, a bordo de um barco pneumático.

Sábado último, 26 de outubro, 90 emigrantes foram socorridos por um outro navio, de tipo Sea-Eye, que ainda está à espera, no alto mar, que lhe indiquem um porto seguro para atracar.

Durante uma reunião ministerial em Malta, sete países europeus, incluindo a França, a Alemanha, a Itália e Malta, concordaram em acolher estes indivíduos provenientes da Líbia.

Tratava-se dum pré-acordo de seis meses, enquanto se esperava pela adesão de outros países europeus para partilhar náufragos salvos de embarcações inapropriadas.

Segundo a SOS Mediterraée, os emigrantes relataram ter sido vítimas de atos de violência física e sexual durante a sua estadia na Líbia.

Do seu lado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) confirmou que os mesmos, que atravessam a Líbia viveram lá em condições deploráveis, num país em pleno caos.

Dirigentes europeus estão preocupados com o Brexit, cujo resultado continua incerto.

A UE adiou finalmente, para 31 de janeiro de 2020,  a data de saída  do Grã-Bretanha deste espaço comunitário europeu, em vez de 31 de outubro de 2019, como inicialmente previsto.   

Até lá, emigrantes ilegais africanos continuarão a desembarcar na Europa, que é incapaz de criar um mecanismo sustentável de acolhimento de recém-chegados.

-0-PANA AK/TBM/DIM/DD 30out2019