Agência Panafricana de Notícias

ONG de defesa dos direitos humanos contra escolha de Obiang Nguema como Presidente da UA

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – Uma organização africana de defesa dos direitos humanos exprimiu domingo a sua indignação após a nomeação do chefe de Estado guineense-equatoriano, Theodoro Obiang Nguema Mbasogo, como Presidente em exercício da União Africana (UA) durante a XVI cimeira ordinária da organizaão continental iniciada domingo em Addis Abeba.

A Mobilização Africana de Defesa dos Direitos Humanos (RADDHO) afirmou que a escolha de Obiang Nguema Mbasogo vai prejudicar sobremaneira a imagem do continente africano e que o debate previsto pela UA sobre os valores democráticos não vai ter credibilidade.

A RADDHO lembrou que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) foi obrigada a renunciar ao prémio oferecido por Obiang Nguema a esta organização, devido sobretudo à "situação catastrófica dos direitos humanos na Guiné Equatorial".

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, a Guiné Equatorial é reputada por cauda da tortura sistemática dos opositores políticos e das violações dos direitos humanos, bem como por causa da censura completa da oposição.

Também o país não dá lugar à liberdade de imprensa, nem às organizações da sociedade civil, se queixaram os militantes dos direitos humanos.

"Os subornos são tão mais graves que acabaram por corromper a elite política que beneficia das receitas petroleiras em detrimento da maioria das populações que vive na miséria", sublinha a RADDHO num comunicado de imprensa divulgado pelo seu Presidente, Alioune Tine.

Segundo a RADDHO, a governação neste país está completamente oposta aos valores e princípios promovidos pela Carta Africana dos Direitos Humanos e Povos bem como à Ata Constitutiva da UA.

"Esta infeliz escolha de Obiang Nguema Mbasogo foi feito em menoscabo das aspirações profundas e da determinação do povo africano largamente mobilizado para lutar pela sua dignidade, pela promoção da liberdade e dos direitos humanos como é o caso na Tunísia e no Egipto.

"Chegou agora o momento para os chefes de Estado africanos de compreender que a era dos ditadores está ultrapassada em África", acrescenta o comunicado.

-0- PANA AR/SEG/LSA/JSG/FK/DD 31jan2011