Agência Panafricana de Notícias

UA compromete-se a cuidar de fontes de violência e de violações dos direitos humanos

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A União Africana (UA) comprometeu-se a intensificar medidas para reduzir conflitos que afligem a maioria dos países, instaurando uma estratégia de prevenção de conflitos a ser brevemente lançada a fim de cuidar de fontes de violência e de violações dos direitos humanos, anunciou no fim de semana a comissária para os Assuntos Políticos da UA, Minata Samate Cessouma.

Em declaração à imprensa, Cessouma indicou que uma estratégia de prevenção de conflitos, em curso de elaboração, permitirá à Comissão da UA (CUA) extinguir conflitos antes de surgirem para não degenerarem.

A CUA qualificou o ambiente político africano de "mais robusto e competitivo", frisando que, noutros países desenvolvidos, a escolha dos dirigentes políticos é o apanágio de alguns dirigentes e de chefes de partidos políticos.

Admitiu contudo que as eleições constituem ainda um desafio para África.

A UA faz muito para os seus Estados membros. No meio das críticas, o órgão continental foi ultrapassado por alguns dos seus membros no tocante a intervenções que exigem o restabelecimento da paz e o fim dos conflitos nalguns casos, acrescentou.

"Intervimos com base no que é bom para o povo dum país", reiterou Cessouma, sublinhando as medidas tomadas recentemente, nomeadamente a intervenção da UA na República Democrática do Congo (RDC), onde um candidato da oposição foi recentemente declarado Presidente, apesar dos protestos locais.

Segundo a comissária, alguns fatores continuam a provocar deslocamentos forçados em África, nomeadamente a desigualdade, a pobreza e disparidades entre mulheres e homens, a violência sexual e sexista, a intolerância e a má gestão da etnicidade, confrontos civis, conflitos violentos e catástrofes naturais.

A UA nota que cada vez mais as eleições se tornam num problema que degenera em crise, mas que o órgão continental intervém constantemente, enquadrando todos os principais responsáveis eleitorais que se reúnem muitas as vezes sob a liderança da UA para esclarecer o seu papel.

Cessouma indicou que a UA prevê desdobrar observadores eleitorais a longo prazo em países como a Nigéria, que se preparam para as eleições gerais.

A delegação de observadores eleitorais da UA será liderada pelo antigo primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn (2012 a 2018).

"Enviamos igualmente observadores eleitorais a longo prazo ao Senegal. Pensamos que podemos prevenir conflitos enviando observadores eleitorais ao terreno e recebendo igualmente notificações de eleições. Enquanto comissão, estamos igualmente em contacto com atores que saibam o que é melhor para cada país no terreno", declarou a comissária.

A seu ver, a UA não é fraca face aos Estados vadios porque as medidas tomadas recentemente para proibir e suspender os países onde o poder executivo seja exercido por políticos ou militares ilegítimos, confirmaram sem dúvida que a UA não é fraca como se pensa.

-0- PANA AO/MA/MTA/BEH/SOC/MAR/DD 11fev2019