Agência Panafricana de Notícias

Tropas africanas avançam para interior da conturbada cidade somali de Kismayo

Dobbey, Somália (PANA) - Tropas do Exército Nacional Somalí e da Missão da União Africana na Somália (AMISOM) avançaram cinco quilómetros para o interior da cidade portuária de Kismayo, após a expulsão das milícias filiadas na nebulosa organização terrorista Al Qaeda da cidade de Canjeel, no sul da Somália, anunciou domingo fonte próxima destas forças.

Três dias antes, a força da AMISOM dirigiu um desembarque (naval) anfíbio nas praias do norte de Kismayo e garantindo até à data presente as partes norte da cidade, nomeadamente a estrada que leva a Mogadíscio, a capital do país, a Universidade de Kismayo e o antigo aeroporto, de acordo com a fonte.

A principal força aproxima-se da cidade a partir da zona noroeste.

Em setembro último, as forças conjuntas protegeram várias cidades e centros situados no eixo Afmadow e Kismayo, dos quais Miido, Bibi e Jana Cabdalla.

O grupo islamita e terrorista Al Shabaad opôs uma resistência em Janaa Cabdalla, mas a AMISOM e as tropas somalís esmagaram-no e continuaram a sua progressão.

"A tomada de Canjeel permitiu às nossas forças suplementares avançar para Kismayo a fim de apoiarmos as nossas operações no local", declarou o comando do setor 2 da AMISOM, o brigadeiro Anthony Ngere.

Ele disse que o objetivo "é reduzir as capacidades de Al Shabaab que ameaça e oprime o povo somalí, perturbando o processo de paz".

"A medida que formos avançando para as zonas do sul de Kismayo, tomamos todas as precauções necessárias para minimizar o impacto das nossas operações sobre a população civil. Estabelecemos zonas de segurança em redor de mercados, escolas, mesquitas e hospitais", explicou.

Ele apelou todos aos combatantes Al Shabaab ainda presentes na cidade para entregar armas.

A administração de Al Shabaab em Kismayo fugiu da cidade sábado último, qualificando a sua retirada de "táctica".

Além disso, o comando de setor exortou a comunidade internacional e agências humanitárias a acelerarem a disponibilização da ajuda humanitária para a população das zonas libertas.

"Estamos prontos para facilitar qualquer esforço que vise diminuir os sofrimentos do povo somalí", garantiu.

Segundo analistas, a vitória militar das forças africanas redinamizou mais o processo de paz em curso na Somália.

Após décadas de crise, a Somália tem agora uma Constituição provisória e um Parlamento amplamente representativo.

Este país do Corno de África organizou igualmente uma eleição presidencial inclusivo que desembocou numa transferência pacífica do poder, pela primeira vez na Somália há décadas, entre Hassan Sheikh Mohamud, eleito a 10 de setembro de 2012, e o seu antecessor, Sharif Cheikh Ahmed, que dirigiu a transição no país, de 31 de janeiro de 2009 a 20 de agosto de 2012

-0- PANA AO/SEG/NFB/JSG/MAR/DD 01out2012