Agência Panafricana de Notícias

Ségolène Royal apela a países do Norte a respeitar promessas de ajuda

Dakar- Senegal (PANA) -- A antiga candidata socialista às eleições presidenciais em França, Ségoléne Royal, disse segunda-feira em Dakar ser "urgente" que os países do Norte mantenham as suas promessas e respeitem os seus engajamentos internacionais de aumentar a ajuda ao desenvolvimento.
Na sua alocução, ela abordou longamente a definição de ajuda pública à qual faz alusão, sublinhando que hoje esta ajuda compõe-se essencialmente das anulações de dívidas e de empréstimos "porque a parte dos financiamentos destinados a novos projectos diminuiu consideravelmente".
"Desejo para o meu país, França, e para a Europa a coragem de não pagar palavras porque o que foi dado de um lado foi retirado de outro e a honestidade de não enganar os que fingimos ajudar (.
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)", declarou Royal.
Notando que os países emergentes são as primeiras vítimas da crise financeira, "mesmo se não são os responsáveis", a ex-rival de Nicolas Sarkozy nas presidenciais francesas de 2007 denunciou a redução dos financiamentos destinados a África e o esquecimento do continente na mundialização e nos planos de relançamento.
Convidou os países do Norte a consagrar "imperativamente" o triplo das reservas decididas durante a Cimeira do G20 aos países em desenvolvimento, nomeadamente para África.
Fazendo um diagnóstico geral da situação mundial, Royal observou que desde 2000 o número de pessoas afectadas por catástrofes naturais triplicou.
"Até 2040, um bilião de pessoas serão obrigadas a deslocar-se, vítimas da seca, do empobrecimento dos solos, do aumento do nível do mar.
A maioria serão originárias dos países em desenvolvimento e do continente africano em particular", afirmou.
Indicou que as florestas densas do continente africanos estão ameaçadas pela sobreexploração dos solos e por uma agricultura intensiva destinada não a alimentar os povos mas apenas às exportações.
"Em 2025, 750 milhões de pessoas vão viver em zonas desérticas.
Hoje, apenas metade da população africana tem acesso à água potável.
Uma crise financeira e bancária duma amplidão extraordinária provoca uma crise económica e social mundial", sublinhou.