Agência Panafricana de Notícias

São-tomense vence prémio de FestFilm

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Uma cineasta e documentarista são-tomense, Jéssica Lima, venceu o prémio do Festival Internacional de Cinema (FestFilm), na categoria de melhor curta-metragem nacional, soube a PANA  de fonte oficial. 

O seu documentário, intitulado “Chama-me Maria”, bem-sucedido, que narra uma história de violência doméstica em São Tomé e Príncipe, convenceu o júri desta competição, na qual participaram filmes  de realizadores africanos e europeus.

“Olha estou sem palavras, ainda pouco trémula”, exclamava-se Jéssica Lima, diante da imprensa após ter recebido o prémio das mãos do embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe, Rui Carmo.

“Chama-me Maria” foi elaborado no âmbito dum projeto Film-Lab, um projeto que forma e lança para o mercado jovens documentaristas e realizadores.

“Infelizmente é um filme que fala duma problemática que é a violência contra mulher. Foi um tema muito bom”, disse sorridente a autora, manisfestando-se  pronta para outras realizações.

Disse esperar que seja o princípio de algo muito bom, frisando estar "muito contente" por isso.

O seu desejo é que, com a produção de “Chama-me Maria”, chame atenção para um problema que, no seu entender, se tornou num flagelo no país, onde as principais vítimas são mulheres.

“Gostaria de dedicar este filme a todas as Marias. Todas as mulheres vítimas dos seus companheiros”, rematou

Foram quatro dias de festival, durante os quais foram projetados filmes de realizadores africanos e europeus.

O FestFilm, que já tem oito anos de existência, é um evento que promove a língua portuguesa e a cultura lusófona.

Também visa despertar interesse e promover jovens que apostem na produção de filmes de curtas e longas-metragens de qualidade.

Por sua vez, o diretor do FestFilm, Hamilton Trindade, disse acreditar que as instituições interessadas vão ter o interesse em poder continuar a apoiar novos realizadores.

No seu entender, existem condições para que realizadores são-tomenses possam apresentar os seus projetos no estrangeiro.

Afirmou que, nas próximas edições do festival, poderá haver mais filmes para serem apresentados, tanto em São Tomé como no estrangeiro.

Das 30 curtas e longas-metragens que estiveram em competição, apenas 13 foram premiadas.

“Nunca tinha visto uma produção local com tanto nível. Foi realmente uma escolha difícil. Tiveram outras filmes de curtas metragens de muito boa qualidade”, disse Yanick Loupanza, um dos membros do júri do Festival Internacional de Cinema.

"Os filmes tinham sons, imagens e fotografias lindíssimas. Era incrível. A escolha foi muito difícil para nos. Acreditem”, regozijou-se Yanick elogiando a organização do festival cujo júri ele foi convidado a integrar pela segunda vez.

-0- PANA RMG/DD 31out2022