Agência Panafricana de Notícias

Sahel enfrenta crise multidimensional, diz Angola

Luanda, Angola (PANA) - A região do Sahel enfrenta atualmente uma crise multidimensional, aliada à insegurança crescente, ao terrorismo transfronteiriço e ao extremismo violento, declarou o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António.

O colapso institucional e as crises humanitárias combinam-se para fragilizar os próprios fundamentos da paz e do progresso, afirmou Téte António quando presidia terça-feira última, em Luanda, de forma virtual, à 1304.ª Reunião do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana  (UA), ao nível ministerial, sob o lema “Situação na Região do Sahel”.

Nessa ocasião, o também presidente do CSP da UA para o mês de setembro de 2025, sublinhou que “a situação de insegurança no Sahel não conhece fronteiras nem limites, pelo que se exige uma resposta coletiva, coerente e resoluta, na qual a União Africana, enquanto organização continental guardiã do pan-africanismo, deve ocupar o lugar central que lhe é devido.”

Neste contexto, o Presidente da República de Angola e da UA, João Lourenço, designado “campeão da UA para a Paz e Reconciliação em África”, mandatou uma missão de bons ofícios aos países do Sahel para constatar “in loco” a real situação política e segurança naquela região.

Por essa razão, o titular da pasta das Relações Exteriores defende que a luta contra o terrorismo no Sahel não pode limitar-se a respostas militares. 

"Ela (luta) exige uma abordagem global, integrando medidas de segurança adequadas, investimentos massivos na educação, na juventude, um diálogo comunitário reforçado, além de uma cooperação regional em matéria de defesa e apoio técnico e financeiro às administrações locais", acrescentou.

Defendeu o reforço do diálogo político com as autoridades de transição, respeitando os princípios de solidariedade e de não indiferença.

No seu entender, este diálogo deve basear-se em mecanismos de consulta inclusivos, envolvendo as forças vivas das sociedades, nomeadamente as mulheres, jovens, líderes comunitários, e resultar em compromissos claros rumo ao retorno à ordem constitucional.

Desde março de 2025 que a região do Sahel Central, mais concretamente Mali, Burkina Faso e Níger, tem sido marcada por crescentes desafios políticos e de segurança, soube a PANA de fonte oficial. 

-0- PANA JA/DD 01out2025