Agência Panafricana de Notícias

Retirada da MINUAD não se deve a alegações de violações sexuais, diz diplomata

Cartum, Sudão (PANA) - A retirada da Missão Conjunta das Nações Unidas e União Africana em Darfur (MINUAD) do Sudão não tem nada a ver com as recentes alegações de violação sexual em massa nesta região ocidental do Sudão.

Esta declaração foi feita terça-feira última pelo sub-secretário sudanês para os Negócios Estrangeiros, Abdalla Al Azraq, numa entrevista à Agência Sudanesa de Notícias (SUNA).

A seu ver, esta retirada é um assunto de longa data que continua a esperar pela sua implementação.

Sublinhou que a decisão do Governo de mandar fora do seu território a MINUAD foi "estudada e discutida durante vários anos entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e as Nações Unidas".

O governante sudanês declarou que o seu pelouro apresentou um memorando à MINUAD no qual lhe pediu para elaborar uma estratégia com vista a uma retirada progressiva das suas forças.

Também revelou que a proposta tinha sido feita à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo representante permanente do Sudão junto desta instituição durante discussões sobre o renovamento do mandato desta missão no Sudão.

Acrescentou que as questões foram levantadas muito tempo antes das alegações de violação sexual em massa feitas recentemente pela ONU e que foram objeto de discussões entre o ministério sudanês dos Negócios Estrangeiros e o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, nos últimos três anos.

O diplomata sudanês sublinhou que a retirada se justifica pela melhoria e pela restauração da estabilidade na província de Darfur e que já não há necessidade da presença da MINUAD nesta localidade.

Porém, o governante acusou o pessoal da MINUAD de "má conduta" nos seus campos, nomeadamente a violação e o assédio sexuais, cometidos impunemente por seus responsáveis.

-0- PANA MO/MA/MTA/BEH/FK/DD 26nov2014