Agência Panafricana de Notícias

Ramaphosa considera assassinatos violentos no país "nódoa na consciência nacional"

Pretoria, África do Sul (PANA) – O Presidente sull-africano, Cyril Ramaphosa, declarou que as agressões, as violações e os assassinatos de mulheres no país é "uma nódoa na nossa consciência nacional".

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, rompeu o silêncio face a assassinatos violentos de Uyinene Mrwetyana, estudante na Universidade da cidade do Cabo e de Leighandre Jegels, campeão de boxe, alertando que o país atravessa um período sombrio.

Como se não bastasse, prosseguiu, segunda-feira última, o corpo de um adolescente, identificado como Janika Mallo, de 14 anos de idade, foi encontrado no pátio duma sua avô, moradora da mesma urbe.

"Acabamos de comemorar o mês da Mulher. Sessenta e três anos depois da manifestação das Mulheres de 1956 para reclamarem pelo direito de viver em liberdade, as mulheres deste país vivem com medo, não da Polícia da época do apartheid, mas dos seus próprios irmãos, filhos, pais e tios. Todos, deviamos ter vergonha”, indignou-se Ramaphosa.

Suspeito de ter morto igualmente Leighandre Jegels, o assassino de Mrwetyana, detido e acusado de violação sexual e de atentado ao objeto da justiça, terá morrido num hospital da cidade do Cabo, revelou.

Acrescentou que os assassinatos dão a entender que as mulheres sul-africanas não estão em segurança nas suas casas nem nas ruas.

"Em 2019, a Presidência assinou a Declaração sobre a Violência baseada no género com diversas organizações da sociedade civil e pediu para que uma atenção fosse concedida à sua aplicação, em particular relativamente às medidas imediatas que digam respeito ao apoio às vítimas e ao acesso aos refúgios e aos lugares onde possam estar seguras”, recordou.

Todavia, Além disso, felicitou a Polícia pela detenção dos três suspeitos ligados aos dois assassinatos supracitados e apresentou as suas condolências às famílias das vítimas.

Ramaphosa devia reunir-se terça-feira com o ministro do Interior, Bheki Cele, para discutir sobre os meios de prevenir eficazmente a violência baseada no género no país, segundo o jornal South African News.

-0- PANA AR/VAO/AKA/BEH/SOC/MAR/DD 03set2019