Agência Panafricana de Notícias

Quenianos ameaçam manifestar-se contra apoio de Obama à homossexualidade

Nairobi, Quénia (PANA) - Uma marcha de protesto de dois dias contra o apoio "agressivo do Presidente americano, Barack Obama, à homossexualidade poderá acontecer de 22 a 23 de julho corrente nas ruas de Nairobi, por iniciativa do Partido da Liberdade da República, soube-se esta terça-feira de fonte partidária no local.

A intenção já foi notificada às autoridades, devendo a marcha reunir perto de cinco mil mulheres e homens que se manifestarão nus nas ruas de Nairobi em sinal de protesto contra a posição de Obama.

Vincent Kidala, chefe do partido, escreveu à Polícia segunda-feira última para informar as autoridades sobre a manifestação de protesto que arranca no Ângulo da Liberdade, em Nairobi e vai continuar nas ruas da capital.

Nela vão participar "homens e mulheres totalmente nus" para "demonstrarem a diferença entre os homens e as mulheres com o principal objetivo de fazer compreender a Obama a diferença entre um homem e uma mulher, frisou o político.

Indicou que, pelo menos mil trabalhadoras do sexo residentes em Nairobi confirmaram a sua participação neste evento e o partido vai continuar a mobilizar políticos para que se juntem à marcha de protesto.

"A questão da homossexualidade não é nova para o partido. Transmitimos um projeto de lei ao Parlamento em 2013 com o fito de proibir os casamentos do mesmo sexo, mas não recebemos nenhuma resposta. Há várias interferências do Governo americano sobre esta questão", indignou-se.

O Presidente Obama é aguardado no Quénia a 24 de julho corrente para participar na Cimeira Mundial sobre o Empreendedorismo (GES).

Um porta-voz da Casa Branca, Joshua Earnest, declarou, na semana passada, que o Presidente americano prevê abordar a questão dos direitos dos homossexuais e a necessidade de proteger os seus direitos durante a sua visita ao Quénia.

Dignitários religiosos do Quénia intensificaram uma campanha para exortar Barack Obama a abandonar a questão dos direitos dos homossexuais.

"Vamos dizer aos Estados Unidos: morram com os vossos dólares. Desde o início, a religião tradicional africana nunca reconheceu a homossexualidade. A homossexualidade nunca fez parte deste continente", declarou um chefe religioso.

A Casa Branca afirma que o Presidente americano não vai hesitar em defender que a proteção dos direitos dos homossexuais é um direito humano fundamental que cada Estado deve fazer respeitar.

A Presidência queniana declarou que o Presidente dos Estados Unidos é livre de defender os direitos dos homossexuais em conformidade com a decisão do Tribunal Supremo do seu país sobre esta questão.

-0- PANA AO/VAO/AKA/BEH/MAR/DD 14julho2015