Agência Panafricana de Notícias

Presidentes queniano defende adiamento de eleições no Burundi

Nairobi, Quénia (PANA) - O Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, telefonou ao seu homólogo burundês, Pierre Nkurunziza, para lhe pedir o adiamento das eleições previstas para junho próximo até ao regresso da calma neste país da África Central, que ainda sofre os efeitos duma tentativa de golpe de estado frustada na semana passada, anunciou uma fonte próxima da Presidência queniana esta segunda-feira.

O porta-voz presidencial declarou que o Presidente Kenyatta convidou Nkurunziza a ouvir os apelos dos dirigentes da África Oriental para o adiamento das eleições por pelo menos dois meses.

"O Presidente convidou o Presidente Nkurunziza a seguir as recomendações do comunicado da Comunidade da África Oriental (EAC) da semana passada", indicou Esipisu.

O Presidente Kenyatta chegou à África do Sul domingo para assitir à abertura do Parlamento Pan-africano e reuniu-se com o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, segunda-feira para discutir sobre a crise no Burundi.

Os dois chefes de Estados decidiram trabalhar no seio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da EAC para encontrar soluções para a crise no Burundi.

A situação estava tensa esta segunda-feira na capital burundesa, Bujumbura, onde a Polícia teria disparado balas reais contra os manifestantes opostos a um terceiro mandato para o Presidente Nkurunziza.

Entretanto, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) instou a EAC a intensificar os seus esforços para enviar a Força em Alerta da África Oriental, que terminou o seu treino de pré-desdobramento em novembro de 2014 no Burundi.

John Onyandi, pesquisador queniano em política sediado em Princeton (Estados Unidos), declarou à PANA que os eventos no Burundi deveriam preocupar os diplomatas, os responsáveis governamentais e os cidadãos em África.

"É extremamente importante para as instituições africanas prevenir este conflito ao invés de esperar que já não haja paz para iniciar esforços de mediação", declarou Onyanyo, indicando que "a crise no Burundi estava em gestação há pelo menos cinco meses quando se tornou claro que o Presidente Nkurunziza estava determinado a agarrar-se ao poder".

-0- PANA AO/SEG/FJG/BEH/IBA/MAR/TON 18 mai 2015