Agência Panafricana de Notícias

Presidente tunisino pede consenso dos partidos para formar Governo

Túnis, Tunísia (PANA) – O novo Presidente tunisino,  Kais Saied, lançou um novo apelo aos partidos políticos da Tunísia para satisfazer as aspirações do povo e resolver em profundidade os seus problemas económicos e sociais, acelerando as negociações para a formação de um Governo responsável.

Para o novo chefe de Estado da Tunísia, a equação da formação do novo Governo deve estar longe do sistema de cotas e respeitar totalmente a Constituição do país.

Conhecedor das dificuldades ligadas à formação do Governo devido à eleição de um "Parlamento espalhado", o Presidente Saied quer colocar todo o seu peso na balança, para reunir um clima de aproximação e consenso entre os diferentes partidos vencedores das eleições legislativas de 6 de outubro último.

Segundo a Constituição, o Presidente encarrega o chefe do partido maioritário no Parlamentro de designar uma personalidade para formar o novo Governo.

Com base na composição do Parlamento atual, o movimento Ennahda, partido islâmico-conservador, possui o maior número de assentos com 52 deputados mas não tem uma bancada que lhe permita  votar a confiança a favor do seu Governo.

Esta situação criou no seio do movimento posições mais flexíveis para com outros partidos políticos, e um dos seus líderes, Rafik  Abdelasalam, reconheceu a existência de “dificuldades para a formação do Governo que beneficie dum apoio parlamentar para realizar a sua missão”.

Um outro líder do movimento Ennahda apostou no papel  importante do Presidente da República para ultrapassar as dificuldades que poderão impedir a formação do Governo. 

Com efeito, um dia após a sua posse, o Presidente Saied reuniu-se com os chefes dos partidos políticos vencedores das eleições legislativas para examinar com eles a formação do Governo

Ele recebeu assim os líderes dos  partidos “A Corrente Democrática”, Mohamed Aboo; Qalb Tounés, Nabil Karoui;  Ennahda, Rached Ghannouchi; bem como outros dirigentes como os chefes do “Movimento do Povo e Tahya Tounes" que lhe deram as suas visões sobre o futuro do país.

O Presidente reafirmou a necessidade de respeitar a Constituição e escolher os membros do Governo com base na competência e não em função do princípio das quotas para a formação do novo Governo, que será  responsável diante do Parlamento, para aplicar um programa suscetível de realizar as expetativas dos Tunisinos em empregos e em dignidade nacional.

Na sequência da intervenção do Presidente da República, as posições de alguns partidos políticos como o Destourien e o Qalb Tounès, que se recusavam categoricamente a trabalhar com o movimento Ennahda,  tornaram-se flexíveis.

Segundo a Constituição, a personalidade incumbida de formar o Governo tem um mês para o fazer e, em caso de fracasso, este prazo será prorrogado por um mês.

Em termos mais claros, o partido maioritário no Parlamento tem dois meses para formar uma coligação governamental, mas se não o conseguir, o Presidente da República consulta os chefes de partidos, num período de 10 dias, para a escolha de uma personalidade mais indicada para formar o Governo.

-0- PANA YY/IN/BEH/FK/IZ 28out2019