Agência Panafricana de Notícias

Presidente ruandês estima RDC capaz de pacificar seu leste

Kigali- Ruanda (PANA) -- A retirada das tropas ruandesas que participavam nas operações realizadas conjuntamente com a República Democrática do Congo (RDC) para perseguir a rebelião ruandesa no leste deste país, decorreu "conforme ao plano estabelecido" e a RDC é doravante capaz de pacificar esta província fronteiriça do Ruanda, noticiou sexta-feira a imprensa ruandesa citando o chefe de Estado do do Ruanda, Paul Kagamé.
"Todas as tropas ruandesas que participavam nas operações conjuntas, desde Janeiro último no leste da RD Congo regressaram ao país, e esta operação foi muito bem sucedida", estimou o Presidente Kagamé, cujas declarações foram divulgadas pelo diário anglófono, The New Times, que emite de Kigali.
"Desde a retirada das tropas ruandesas nesta operação, em finais de Fevereiro, a paz está a voltar pouco a pouco ao leste da RDC", afirmou o chefe de Estado ruandês, citado pelo diário pró- governamental.
"A população congolesa compreendeu doravante a importância de se livrar das forças genocidas.
O Exército congolês pode doravante realizar o resto das operações.
Isto contribui para criar uma atmosfera conducente à paz na sub-região", acrescentou o chefe de Estado ruandês, persuadido certamente de que a ameaça da segurança ligada à presença dos elementos da FDRL continua a persistir.
Em Janeiro último, cerca três mil 800 soldados ruandeses, de acordo com o Presidente Kagamé, atravessaram a fronteira com a RDC para ajudar as tropas governamentais deste país a neutralizar o movimento rebelde Hutu (tribo maioritária) ruandês das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), que operam nesta zona fronteiriça com o Ruanda.
Segundo Kagamé, esta nova colaboração entre o Ruanda e a RDC para pacificar o leste deste país é um brilho de esperança para a população da sub-região e "constitui uma etapa no relançamento da Comunidade Económica dos Países dos Grandes Lagos (CEPGL)".
A CEPGL, que agrupa três países dos Grandes Lagos, designadamente o Ruanda, o Burundi e a RDC, suspendeu as suas actividades em 1991 devido às divergências entre os países membros, ligadas à existência "das forças negativas" que operavam na sub-região.