Agência Panafricana de Notícias

Presidente burundês preocupado com explosão demográfica no seu país

Bujumbura, Burundi (PANA) – A população do Burundi duplicou nestes últimos 29 anos, "enquanto o país tem uma superfície de menos de 30 mil quilómetros quadrados que não muda", lamentou sexta-feira o chefe do Estado burundês, Pierre Nkurunziza.

O Presidente Nkurunziza alertou para este fenómeno quando procedia à abertura dum atelier nacional de reflexão sobre os "grandes desafios demográficos que enfrenta atualmente o Burundi".

Para ilustrar estes desafios, o chefe do estado burundês ressaltou a extrema juventude da população.

"O fato de se ter uma população integrada na sua maioria por jovens não é mal em si, mas existem problemas corolários a esta situação, tais como o fato de haver poucos produtores e muitos consumidores", lamentou o estadista burundês.

De acordo com as estatísticas feitas a partir dos resultados do censo de 2008, os jovens com menos de 15 anos de idade representam 45 porcento da população do Burundi, estimada em 2008 em cerca de oito milhões de habitantes.

"Não podemos descurar a impressão dos horizontes limitados, como se queixa a juventude e pensar que é isto que a levou a vacilar na escolha dos seus modelos em matéria de cultura e comportamento, levando as raparigas a abandonarem a escola para se casar antes da idade legal com o pretexto de que se trata de uma corrida pela vida", prosseguiu o Presidente Nkurunziza.

A este desafio, ele acrescentou um "problema difícil" que é a falta de alojamento decente para a maioria dos Burundeses.

"Esta superfíce não muda numa altura em que a população, por sua vez, não pára de aumentar", sublinhou Nkurunziza antes de se referir ao censo de 1979 cujo resultado era de quatro milhões de habitantes contra mais de oito milhões em 2008.

"Em apenas 29 anos, a população burundesa duplicou e vocês compreendem onde estamos hoje ! Daqui quarenta anos, quem viver verá que não é fácil achar onde construir a sua casa", insistiu o Presidente Nkurunziza.

A consequẽncia desta forte demografia está ligada à gestão das terras, indicou o chefe do Estado burundês lamentando que esta má situação leve os irmãos e as irmãs a lutarem mortalmente entre eles para uma porção terra.

"Os netos e bisnetos estão cansados de ver viverem os bisavôs ao ponto de os matar alegando que eles tardaram a lhes deixarem o lugar. É uma grande vergonha !", sustentou.

-0- PANA FB/TBM/IBA/CJB/DD 17Dez2010