Agência Panafricana de Notícias

Presidente burkinabe interino demite responsáveis de ex-regime

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O ex-chefe do Estado-Maior particular da Presidência, o general Gilbert Diendéré, o conselheiro para os Assuntos Económicos, Damo Justin Baro, e o secretário permanente do Conselho Presidencial para o Investimento, Djibrina Barry, ambos antigos colaboradores do deposto Presidente Blaise Compaoré, foram demitidos das suas funções quinta-feira por decreto do Presidente interino, Michel Kafando.

Muito fiel ao regime de Compaoré, o general Gilbert Diendéré terá, durante 25 anos, apoiado por todos os meios o Presidente destituído. Ele formou uma guarda pretoriana composta por soldados de elite para proteger o regime e controlava os Serviços de Informações e o armamento do Regimento da Segurança Presidencial.

Os militares que tentaram compreender o funcionamento do Regimento da Segurança Presidencial foram isolados, expulsos do Exército ou eliminados pelo general Gilbert Diendéré, um homem discreto e eficaz.

As mortes dos companheiros da revolução de Blaise Compaoré e de Thomas Sankara, nomeadamente Jean-Baptiste Boukary Lingani e Henri Zongo, foram assassinados pelo general Diendéré, segundo analistas.

O conselheiro económico de Compaoré, Damo Justin Baro, ex-governador interino do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e antigo ministro das Finanças do Presidente Thomas Sankara, regressou ao Burkina Faso após a sua aposentação em 2009.

Consultor no Banco Mundial, Baro, que havia sido nomeado conselheiro especial económico do Presidente Compaoré, era pressentido como primeiro-ministro.

Por seu lado, Djibrina Barry, secretário permanente do Conselho Presidencial para o Investimento, era igualmente um dos homens chaves do regime.

Desde a destituição de Blaise Compaoré, as novas autoridades da transição, que juraram que "nada será como antes", iniciaram a substituição das personalidades que apoiaram o antigo regime.

Dois diretores de grandes empresas públicas foram demitidos das suas funções pelo primeiro-ministro, o tenente-coronel Isaac Zida, ao passo que o antigo diretor da Alfândega foi preso enquanto estava em liberdade provisória durante o regime de Compaoré, depois duma condenação judicial.

-0- PANA NDT/IS/IBA/MAR/TON 29nov2014