Agência Panafricana de Notícias

Polícia apreende mais de 500 quilos de cocaína em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - A Polícia Judiciária de Cabo Verde (PJ) apreendeu cerca de 521 quilogramas de cocaína durante uma operação levada a cabo na madrugada desta quinta-feira numa praia da ilha de São Vicente, soube a PANA de fonte policial.

A operação, denominada "Perla Negra", permitiu a detenção, em flagrante delito, do grupo que procedia à descarga da cocaína numa praia de Salamansa, a nordeste da cidade do Mindelo, e que chegou à ilha a bordo de um iate proveniente, provavelmente, de um país da América do Sul.

Segundo uma fonte policial citada pela Rádio de Cabo Verde (RCV), nove pessoas foram detidas nesta operação, entre as quais um empresário cabo-verdiano, três cidadãos espanhóis que faziam parte da tripulação do iate, bem como outros três da mesma nacionalidade residentes em São Vicente, um dos quais proprietário de um bar que deu nome à operação.

Durante esta operação de confisco de droga, que tinha ao que tudo indica como destino o mercado europeu, foi ainda detido um cidadão cubano e um outro sueco, bem como foram apreendidas várias viaturas.

Segundo a imprensa cabo-verdiana, a apreensão é resultado de mais de cinco meses de investigação sobre a atividade dos detidos, que integram uma rede nacional de tráfico de drogas entre as ilhas de São Vicente e de Santiago e quiseram aproveitar o facto de os agentes da Polícia Judiciária terem ameaçado entrar em greve esta semana para arriscar um desembarque de mais de meia tonelada de cocaína pura.

Este é a segunda maior apreensão deste tipo de droga em Cabo Verde, depois da chamada operação "Lancha Voadora", tornada pública a 08 de outubro de 2011, e que culminou com a apreensão de 1,5 tonelada de cocaína em elevado estado de pureza escondida numa cave de um prédio na Achada de Santo António, na cidade da Praia. A droga foi incinerada a 25 de outubro no mesmo ano na presença de autoridades e de jornalistas.

A Polícia Judiciária apreendeu nessa altura milhares de euros e de outras moedas, milhões de escudos cabo-verdianos em notas e 15 viaturas, das quais cinco veículos topo de gama, três jipes, quatro "jet sky",duas "pick-up", uma "moto-quatro" e várias armas e munições.

Em junho de 2013, o Tribunal da Comarca da Cidade da Praia condenara nove dos 15 arguidos a penas de prisão efetiva entre os nove e os 22 anos, dando como provadas as acusações de associação criminosa e lavagem de capitais.

Entretanto, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) cabo-verdiano reduziu, no passado mês de março, as penas ditadas na primeira instância a praticamente todos os condenados do "Caso Lancha Voadora", mantendo, porém, "mão pesada" em relação aos considerados cabecilhas da rede.

O STJ acabou, também, por condenar um dos arguidos que fora absolvido pelo Tribunal da Comarca da Cidade da Praia, a 28 de junho de 2013, sentenciando-o a quatro anos de prisão pelo crime de branqueamento de capitais.

A redução das penas no acórdão do STJ sobre o maior caso de apreensão de droga registado na história de Cabo Verde deveu-se à absolvição de todos os acusados do crime de associação criminosa, mantendo-se as de tráfico de droga e de branqueamento de capitais.

-0- PANA CS/TON 06nov2014