Agência Panafricana de Notícias

Parceria entre África e Europa com base em ações concretas, diz João Lourenço

Luanda, Angola (PANA) - A parceria entre os dois continentes (África e a União Europeia) não se faz apenas na base de um conjunto de ideias, mas, sobretudo, na base de ações concretas, desenvolvidas com grande dinamismo, com sentido prático e com resultados que impactam, de forma transformadora, sobre os respetivos povos, soube a PANA de fonte oficial.

A declaração é do Presidente de Angola e da União Africana (UA), João Lourenço, quando discursava terça-feira última, em Luanda,no encerramento da 7.ª Cimeira UA-União Europeia, iniciado um dia antes.

"Tenho a certeza de que sairemos daqui profundamente empenhados na realização das nossas decisões, por estarmos cada vez mais seguros de que este esforço conjunto que realizamos tem benefícios recíprocos notórios", ressaltou o estadista angolano.

Vários chefes de Estado e de Governo africanos e europeus, estiveram reunidos neste fórum para traçarem um novo rumo na parceria entre as duas organizações, que já dura há 25 anos.

Disse que este esforço conjunto aproxima, cada vez mais, os dois continentes, melhora a compreensão mútua e aprofunda o seu papel no concerto das nações como parceiros determinados a contribuir para a construção de um mundo mais equilibrado, de paz, de justiça e de prosperidade para todos os povos do planeta.

Indicou que as deliberações saídas do encontro refletem uma visão coletiva profunda sobre os vínculos que unem os dois continentes.

A seu ver, os dois blocos estão destinados e obrigados a caminhar juntos, a construir entendimentos e  buscar, em conjunto, soluções para temas que fazem parte das suas preocupações comuns, como as questões ligadas à paz e segurança, à prosperidade, migração e mobilidade.

"Ficou assente, entre nós, que a defesa de um multilateralismo eficaz continua a ser a nossa melhor esperança para construir um mundo mais justo, mais equilibrado, pacífico e próspero", ressaltou.

João Lourenço frisou que um dos reflexos dessa evolução positiva das relações entre a UA e a UE, que se registou desde a Cimeira de Bruxelas, em 2022, pode ser vista nos resultados, que considerou “muito positivos, alcançados no quadro da colaboração em matéria de paz e segurança.”

Estes resultados, continuou, foi extensivo ao setor da saúde, no âmbito da cooperação climática e energética, no capítulo da transformação digital, no setor do comércio e investimento e no da mobilidade e migração.

Na sua ótica, os aspetos específicos dessas "importantes" conquistas estão refletidos no Relatório de Implementação da Declaração da 6.ª Cimeira, adotado no quadro deste encontro de Luanda, o qual disse realçar os progressos alcançados, mas, também, reconhece as áreas em que são necessários progressos adicionais.

"O sentido crítico que vamos tendo sobre a colaboração entre nós e as ações que empreendemos conjuntamente permite-nos melhorar e aprimorar continuamente os nossos esforços de cooperação", assegurou o estadista angolano.

João Lourenço ressaltou que este aspeto, ao qual atribuiu uma importância fundamental, está refletido nos resultados deste Fórum, que disse ter terminado com êxito, espelhado na Declaração de Luanda sobre a Cimeira.

Estes resultados, destacou o chefe do Estado angolano, traduzem a vontade política dos dois blocos continentais de seguirem em frente por caminhos conjuntos que os levem a resultados que impactem positivamente o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida dos povos de África e da Europa.

Neste âmbito, destaque ao facto de as partes estarem de acordo sobre a necessidade de expandir a cooperação em matéria de paz e segurança, com vista à promoção de respostas conjuntas mais fortes de combate ao terrorismo e ao extremismo violento.

Este passo, esclareceu, está voltado, também, para a necessidade da intensificação da ação climática, incluindo o financiamento para a adaptação e resiliência e o apoio à transição energética africana, assim como reforçar os laços económicos com compromissos para impulsionar o investimento em infraestruturas, manufactura e agricultura sustentável.

A iniciativa tem, ainda, como finalidade ampliar a mobilidade e os intercâmbios entre povos, para garantir que a migração seja segura, ordenada e benéfica para ambos os continentes, assim como promover o empoderamento da juventude, através da educação, do desenvolvimento de competências e de programas de empreendedorismo.

"Dissemos, muitas vezes, que a cooperação União Africana-União Europeia é dinâmica e que, por isso mesmo, pretendemos ir, sempre, para além do que já conseguimos realizar e traçar perspetivas que ampliem resultados e benefícios recíprocos e reforcem a nossa ambição comum de elevarmos para patamares cada vez mais altos os objetivos a serem alcançados", frisou.

A próxima Cimeira entre a União Africana e a União Europeia está marcada para 2028, em Bruxelas, na Bélgica.

Sobre o próximo encontro entre as duas organizações continentais, em 2028 em Bruxelas, João Lourenço disse que a convicção é que haja um maior alcance na visão partilhada entre os dois continentes, nos aspetos relativos à industrialização, comércio e investimento, financiamento sustentável, liderança em matéria de mudanças climáticas, parcerias digitais, inovação e reforço da ação coletiva no sistema multilateral.

-0- PANA JA/DD 26dezembro2025