Agência Panafricana de Notícias

Países desenvolvidos chamados a reduzir emissões de carbono

Banguecoque- Tailândia (PANA) -- A organização caritativa World Vision juntou-se terça-feira a várias outras Organizações não Governamentais (ONG) que pedem um envolvimento mais sério dos países desenvolvidos na redução das suas emissões de gás com efeito de estufa.
Os países desenvolvidos são igualmente chamados a aumentar de maneira significativa os financiamentos públicos para a adaptação e limitação dos impactos das mudanças climáticas nos países em desenvolvimento, em vez de meras promessas de ajuda.
O apelo da World Vision foi lançado no quadro das negociações sobre as mudanças climáticas que decorrem na capital tailandesa, Banguecoque, por iniciativa das Nações Unidas.
"Para que um acordo mundial seja concluído em Copenhaga, os países em desenvolvimento devem ter garantias de que os países ricos vão reduzir as suas emissões e se comprometem a financiar a sua adaptação às mudanças climáticas", declarou um responsável da organização.
Segundo Brett Parris, economista-chefe e director da World Vision para a Política de Mudanças Climáticas, os países pobres "devem ter razões de estar confiantes em que estas promessas serão respeitadas".
O que se pede aos países em desenvolvimento, disse, é limitar o crescimento das suas emissões consoante as suas necessidades em matéria de desenvolvimento sustentável mas tal só é possível se forem apoiados financeira e tecnologicamente pelos países desenvolvidos.
Um novo relatório da World Vision sobre a redução dos riscos de catástrofes divulgado terça-feira em Banguecoque insta os países desenvolvidos a respeitar as suas promessas e a assumir novos compromissos em matéria de financiamento.
Este relatório, que mostra soluções já operacionais, advertiu que as agências humanitárias internacionais já têm dificuldades para fazer face à subida alarmante das catástrofes ligadas ao clima.
"O aumento das catástrofes naturais provocou o das nossas despesas para as reacções de emergência.
Em 1998, 15 por cento das despesas da World Vision foram consagrados às actividades de socorros.
Dez anos depois, estas actividades representaram 35 por cento dos gastos", declarou, por seu turno, o director da World Vision para a Redução dos Riscos de Catástrofes e Resistência Comunitária, Richard Rumsey.
Segundo ele, os países desenvolvidos devem desembolsar fundos substanciais para se reduzir os riscos de catástrofes entre as comunidades pobres e vulneráveis, sob pena de os efeitos das mudanças climáticas porem em causa várias décadas de conquistas em matéria de desenvolvimento.
Rumsey declarou que os tufões e as inundações que devastaram regiões da Ásia eram uma advertência aos líderes do mundo que se preparam para se encontrar em Dezembro próximo em Copenhaga (Dinamarca), para conceber uma estratégia de luta contra as mudanças climáticas.
"Na semana passada, o mundo pôde constatar como as famílias pobres e vulneráveis nas Filipinas, no Vietname, na Tailândia e na Índia sofrem dos impactos das mudanças climáticas.
Elas vão igualmente sofrer mais da acção inadequada contra as mudanças climáticas dos líderes dos países ricos", declarou Rumsey.
A reunião de duas semanas que termina sexta-feira em Banguecoque inscreve-se no quadro duma série de negociações da ONU preparatórias à conferência de Copenhaga sobre as mudanças climáticas, durante a qual deverá ser concluído um acordo mundial sobre este fenómeno.