Agência Panafricana de Notícias

Países africanos classificados diversamente no índice de transparência

Lagos, Nigéria (PANA) – Os desempenhos de alguns países africanos em matéria de luta contra a corrupção e a aplicação das medidas de transparência, incluindo o Egito, recuaram sistematicamente no fim do ano passado, comparativamente aos resultados obtidos em 2006, segundo um novo estudo realizado pela organização americana "Global Integrity", cujo relatório foi transmitido à PANA sexta-feira.

Para o Egito, este relatório coloca uma pressão suplementar sobre um ambiente de governação já precário após a revolução de janeiro de 2011.

« As conclusões para alguns países do Médio Oriente e da África do Norte, assim como no tocante os nossos dados de 2010 e quando se remonta a vários anos, apresentam um quadro sombrio», declarou no relatório o diretor-geral da Global Integrity, Nathaniel Heller.

Mas vários outros países como a Etiópia, segundo o relatório, conheceram melhorias no quadro da sua luta contra a corrupção. A Argentina, a Etiópia e o Peru são os países que se distinguiram melhor na amostra dos países de 2010.

Algumas raras exceções são apontadas no Médio Oriente e na África do Norte mas que se situariam na "zona cinzenta" relativamente à boa governação, considerando-se o caso do como "talvez uma surpresa" pelo facto de que a sua revolução tenha sido tardia.

"Os países desta região batem-se todos por fazer aplicar as normas mais elementares em matéria de luta contra a corrupção e de salvaguarda da transparência como o acesso aos arquivos governamentais, a proteção da imprensa independente, a discussão dos orçamentos de maneira transparente, a aplicação das medidas contra os conflitos de interesse para se assegurar de que os responsáveis públicos não aproveitem financeiramente dos seus cargos no seio do Governo”, acrescentou.

Fraquezas similares foram descobertas numa outra série de países no Médio Oriente, como o Iémen e a Cisjordânia, ao passo que o Paquistão registou o seu primeiro recuo significativo no quadro da luta contra a corrupção.

No Paquistão, os novos dados da Global Integrity indicam uma baixa sem precedente dos desempenhos em matéria de luta contra a corrupção em 2010.

« A corrupção poderá explicar como Osama Bin Laden conseguiu viver livremente numa residência próxima da capital do país durante muito tempo », notou Heller.

O relatório abrange as conclusões dum estudo levado a cabo em 36 países pela Global Integrity, uma organização internacional sem fins lucrativos que supervisiona as tendências da governação e a corrupção no mundo.

O Relatório da Global Integrity é o produto de vários meses de inquérito no terreno e da recolha de dados por uma equipa de mais de 150 jornalistas e pesquisadores dos países abrangidos que redigiram mais de um milhão de palavras de textos e deram mais de 10 mil informações sobre os seus países respetivos.

O relatório de 2010 abrange a Albânia, Angola, a Argentina, o Bangladech, a Bolívia, a Bulgária, os Camarões, o Canadá, a República Checa, o Egito, a Etiópia, a Guatemala, a Hungria, a Itália, o Japão, o Cazaquistão, a República Quirguiz, a Malásia, a Moldávia, Marrocos, a Nigéria, o Paquistão, o Peru, as Filipinas, a Polónia, a Roménia, a Federação de Rússia, a Somália, a África do Sul, a Tanzânia, a Tailândia, o Timor Leste, a Turquia, a Cisjordânia e o Iémen.

-0- PANA PR/SB/VAO/FJG/TBM/SOC/MAR/IZ 06maio2011