Agência Panafricana de Notícias

Opositor exige transição de 30 meses na Guiné Conakry

Conakry, Guiné (PANA) -Um opositor, Amadou Oury Bah, declarou, segunda-feira, que um período de 30 meses é "um período razoável" para a Transição na Guiné, cuja Carta foi publicada recentemente pelo Comitê Nacional de Coligação e Desenvolvimento (CNRD), a junta militar no poder, desde o golpe de Estado de 5 de setembro último.

Falando no programa principal de uma rádio privada local, o presidente do presidente da União Democrática para o Renascimento da Guiné (UDRG), defendeu que um curto período de transição não poderá resolver a maioria das questões pendentes no país.

“O prazo de 30 meses é um prazo razoável para se ultrapassar o desafio”, disse o também fundador da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG) liderada pelo ex-primeiro-ministro, Mamadou Cellou Dalein Diallo, opositor histórico.

Denunciou "discursos demagógicos", reiterando que um prazo curto para a transição não pode garantir nada de sério.

“A priori, dentro de dois anos ou dois anos e meio, poderemos fazer as coisas corretamente com serenidade e isso poderá ser útil no futuro”, opinou.

A seu ver, deve-se estabelecer objetivos que se enquadrem nos interesses fundamentais da construção do Estado guineense, da reformulação do sistema de governação "para depois permitir à Guiné sair de situações que há muito nos incomodam", declarou.

Poucos dia depois da destituição e dissolução das instituições do país, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) impôs durante uma cimeira extraordinária à junta militar um período de seis meses para a transição, mas esta última rejeitou a imposição, insistindo em defender que “só o povo determinará o prazo necessário.”

O CNRD, que publicou recentemente a Carta de Transição, cuja duração não foi precisada, afirmou, no entanto, que a estrutura será composta por 81 membros de todas as categorias sócio-profissionais, exceto aqueles que ocuparam cargos sob o Governo derrubado.

A Carta de Transição precisa que nem o presidente do CNRD, o coronel Mamady Doumbouya, nem qualquer outro membro desta equipa serão candidatos a qualsquer eleições locais ou nacionais.

 -0- PANA AC/JSG/SOC/MAR/DD 12outubro2021